Trump reafirma sua aposta pelo uso da força militar
Trump reafirma sua aposta pelo uso da força militar
Trump reafirma sua aposta pelo uso da força militar

O deslocamento de grupos militares em países da Europa do Leste com o pretexto do suposto perigo da Rússia e os planos de restabelecer a guarda ininterrumpta de bombardeiros estratégicos com armas nucleares em diferentes partes do mundo, constituem apenas dois exemplos eloquentes.
Entre outras evidências, está a decisão expressa de Trump de destruir a República Popular Democrática da Coreia (RPDC) se ela seguir adiante com os testes nucleares e o desenvolvimento de mísseis balísticos.
Segundo Pyongyang, seu programa tem objetivos defensivos perante à agressividade de Washington e seus aliados na região, especialmente com os grandes exercícios levados a cabo como ensaios de agressão contra o território norte-coreano.
As manobras mais recentes nas proximidades da RPDC foram as Vigilant Ace na Coreia do Sul, realizadas de 4 a 8 de dezembro de 2017, da qual participaram cerca de 12 mil efetivos e 230 aviões militares estadunidenses.
Estes treinamentos, os maiores realizados nos últimos anos, incluíram práticas de bombardeios simulados contra maquetes de instalações nucleares e de mísseis de Pyongyang.
Nesse contexto, o assessor de segurança nacional da Casa Branca, H.R. McMaster, disse que a cada dia aumentam as posibilidades de uma guerra entre os Estados Unidos e esse país asiático, ao se referir ao recente lançamento de um foguete balístico Hwasong-15 por parte do exército coreano.
No começo de novembro, os Estados Unidos mobilizaram pela primeira vez em 10 anos três grupos de ataque de porta-aviões ao mesmo tempo no oceano Pacífico ocidental: o Nimitz (CVN-68), o Theodore Roosevelt (CVN-71), e o Ronald Reagan (CVN-76), com seus navios escolta.
Desde março deste ano, a localização na Coreia do Sul do controverso sistema anti-míssil de grande altura (Thaad) estadunidense e a realização de práticas aeronavais nesse teatro de operações, agravaram a já tensa situação.
A ativação destes meios provocou fortes protestos dos governos da RPDC, da China e da Rússia, que os percebem como uma ameaça a seus respectivos interesses de segurança nacional.
Outra prova da tendência ao uso da força foi o lançamento de 59 mísseis cruzeiro por navios da Marinha estadunidense em 7 de abril de 2017 do mar Mediterrâneo contra a base aérea síria de Shayrat.
A Casa Branca afirmou que essa incursão foi em resposta a um suposto bombardeio do exército dessa nação árabe com armas químicas, acusação negada pelas autoridades de Damasco.
A CAMPANHA CONTRA O ESTADO ISLÂMICO (EI)
Especialistas garantem que os Estados Unidos está longe de derrotar este grupo terrorista, que mantém um nível significativo de vitalidade.
Isso acontece apesar de derrotas recentes do EI pelas mãos dos exércitos sírio e iraquiano e da captura da cidade síria de Raqqa, nordeste do país levantino, por parte de grupos armadoss que pretendem derrubar o presidente Bashar Al Assad com o apoio dos Estados Unidos.
A campanha da coalizão liderada por Washington realizou desde 2014 até hoje quase 25 mil ataques aéreos contra essa entidade extremista na Síria e no Iraque, com um custo aproximado de 15 bilhões de dólares, apesar disso, seus resultados estão muito longe dos objetivos do comando político militar norte-americano.
No último dia 2 de dezembro, o secretário de Defesa, James Mattis prometeu uma mudança na política em relação à Síria com o objetivo de encontrar uma solução negociada ao conflito nesse país, ainda que especialistas alertam que Washington mantém como objetivo principal a saída do poder do presidente Assad.
PERDAS CIVIS
Sob essas perspectivas, é interessante que pelo menos na parte pública desta estratégia, não se evidencia o custo humano destes operativos, que segundo fontes oficiais estadunidenses provocaram a morte de 801 civis desde seu começo em 2014.
Mas esta cifra é colocada em dúvida por organizações não governamentais ao afirmarem que o total de baixas fatais pelos ataques da coalizão supera 5.960.
No começo de novembro deste ano, o jornal The New York Times publicou os resultados de uma investigação de 18 meses sobre o terreno, segundo a qual o número real de mortos provocados por ditos bombardeios na Síria, no Iraque e outros países da região é 30 vezes superior ao informado pelo Pentágono.
A GUERRA NO AFEGANISTÃO
Até a data, o custo total da intervenção estadunidense no Afeganistão desde outubro de 2001 supera os 800 bilhões de dólares, em um conflito no qual morreram mais de 2.300 militares estadunidenses e outros 17.674 ficaram feridos.
Além disso, dezenas de milhares de civis afegãos morreram durante quase 16 anos de guerra e, apesar disso, o fim do conflito não está no horizonte.
O presidente Trump anunciou em 21 de agosto novas diretrizes para o Afeganistão e para o sul da Ásia, que segundo especialistas evidenciam a tendência do mandatário a priorizar o uso do poder militar estadunidense, com um custo impagável para a economia do país.
Apesar de todas as despesas e do esforço militar de Washington e seus aliados, o Talibã ainda está longe de ser derrotado, pois agora ocupa 60% do território e se converteu em um adversário mais tenaz do que era em 2001, segundo uma avaliação recente do diário The New York Times.
O ex-presidente George W. Bush (2001-2009) foi quem iniciou a guerra contra o Afeganistão em outubro de 2001 depois dos atentados de 11 de setembro e durante a Administração Obama o número de efetivos em solo afegão chegou a 100 mil.
A AUTORIZAÇÃO DO CONGRESSO
Outro indício da preferência da atual Administração pelo uso do poder militar é que o chefe do Pentágono, James Mattis e o secretário de Estado, Rex Tillerson, pediram recentemente ao Congresso que aprove um projeto de Autorização do Uso da Força Militar (AUMF) para realizar operações deste tipo sem uma data limite.
Mattis e Tillerson disseram aos senadores que uma nova AUMF não deve conter restrições de tempo ou geográficas para o uso do poder militar, devido à metástase das organizações terroristas estrangeiras.
Estamos em uma era de confrontos frequentes e não podemos dizer a nossos adversários que pretendemos deter os combates em uma data determinada, disse Mattis ao Senado em 30 de outubro deste ano.
A nova versão da AUMF foi proposta pelos senadores Tim Kaine, democrata por Virginia, e pelo republicano por Arizona Jeff Flake e está agora sob consideração do Comitê de Relações Exteriores da Câmara alta.
Esta iniciativa busca substituir duas autorizações prévias: a assinada sete dias após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 e uma parecida aprovada em 2002 com o fim de justificar a invasão contra o Iraque.
O texto estipula que a Casa Branca deve notificar o Congresso se pretende enviar tropas a novas áreas de operações não previstas em legislação.
No entanto, aos olhos da comunidade internacional, as ações de Washington têm caráter unilateral e não estão amparadas por nenhuma resolução das Nações Unidas.
Além disso, no caso da Síria, os ataques da coalizão acontecem contra a vontade das autoridades de Damasco, que têm denunciado em várias ocasiões o apoio que a Administração norte-americana presta a grupos antigovernamentais nesse país do Levante.
Os elementos mencionados são apenas algumas evidências da inclinação do presidente Trump ao uso da força, mas a eles se soma sua recente decisão de reconhecer a cidade de Jerusalém como capital de Israel, contra os preceitos e resoluções das Nações Unidas.
Com esta medida, a Casa Branca abre novas frentes de conflito e destroi a possibilidade real de um acordo pacífico ao conflito israelo-palestino e a outros problemas latentes de mesma magnitude no Oriente Médio.
*Chefe da Redação Norte-américa da Prensa Latina
rr/rgh/cc/gdc
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Havana (Prensa Latina) A administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirmou em 2017 sua inclinação pelo uso do poder militar e pela ameaça de conflito como elementos centrais da política de segurança nacional.
Pesquisas recentes revelam que mais de 60% dos cidadãos norte-americanos pensa que seu país ppderia se envolver em uma guerra de grandes proporções nos próximos anos, considerando as projeções do chefe da Casa Branca na arena internacional.
O deslocamento de grupos militares em países da Europa do Leste com o pretexto do suposto perigo da Rússia e os planos de restabelecer a guarda ininterrumpta de bombardeiros estratégicos com armas nucleares em diferentes partes do mundo, constituem apenas dois exemplos eloquentes.
Entre outras evidências, está a decisão expressa de Trump de destruir a República Popular Democrática da Coreia (RPDC) se ela seguir adiante com os testes nucleares e o desenvolvimento de mísseis balísticos.
Segundo Pyongyang, seu programa tem objetivos defensivos perante à agressividade de Washington e seus aliados na região, especialmente com os grandes exercícios levados a cabo como ensaios de agressão contra o território norte-coreano.
As manobras mais recentes nas proximidades da RPDC foram as Vigilant Ace na Coreia do Sul, realizadas de 4 a 8 de dezembro de 2017, da qual participaram cerca de 12 mil efetivos e 230 aviões militares estadunidenses.
Estes treinamentos, os maiores realizados nos últimos anos, incluíram práticas de bombardeios simulados contra maquetes de instalações nucleares e de mísseis de Pyongyang.
Nesse contexto, o assessor de segurança nacional da Casa Branca, H.R. McMaster, disse que a cada dia aumentam as posibilidades de uma guerra entre os Estados Unidos e esse país asiático, ao se referir ao recente lançamento de um foguete balístico Hwasong-15 por parte do exército coreano.
No começo de novembro, os Estados Unidos mobilizaram pela primeira vez em 10 anos três grupos de ataque de porta-aviões ao mesmo tempo no oceano Pacífico ocidental: o Nimitz (CVN-68), o Theodore Roosevelt (CVN-71), e o Ronald Reagan (CVN-76), com seus navios escolta.
Desde março deste ano, a localização na Coreia do Sul do controverso sistema anti-míssil de grande altura (Thaad) estadunidense e a realização de práticas aeronavais nesse teatro de operações, agravaram a já tensa situação.
A ativação destes meios provocou fortes protestos dos governos da RPDC, da China e da Rússia, que os percebem como uma ameaça a seus respectivos interesses de segurança nacional.
Outra prova da tendência ao uso da força foi o lançamento de 59 mísseis cruzeiro por navios da Marinha estadunidense em 7 de abril de 2017 do mar Mediterrâneo contra a base aérea síria de Shayrat.
A Casa Branca afirmou que essa incursão foi em resposta a um suposto bombardeio do exército dessa nação árabe com armas químicas, acusação negada pelas autoridades de Damasco.
A CAMPANHA CONTRA O ESTADO ISLÂMICO (EI)
Especialistas garantem que os Estados Unidos está longe de derrotar este grupo terrorista, que mantém um nível significativo de vitalidade.
Isso acontece apesar de derrotas recentes do EI pelas mãos dos exércitos sírio e iraquiano e da captura da cidade síria de Raqqa, nordeste do país levantino, por parte de grupos armadoss que pretendem derrubar o presidente Bashar Al Assad com o apoio dos Estados Unidos.
A campanha da coalizão liderada por Washington realizou desde 2014 até hoje quase 25 mil ataques aéreos contra essa entidade extremista na Síria e no Iraque, com um custo aproximado de 15 bilhões de dólares, apesar disso, seus resultados estão muito longe dos objetivos do comando político militar norte-americano.
No último dia 2 de dezembro, o secretário de Defesa, James Mattis prometeu uma mudança na política em relação à Síria com o objetivo de encontrar uma solução negociada ao conflito nesse país, ainda que especialistas alertam que Washington mantém como objetivo principal a saída do poder do presidente Assad.
PERDAS CIVIS
Sob essas perspectivas, é interessante que pelo menos na parte pública desta estratégia, não se evidencia o custo humano destes operativos, que segundo fontes oficiais estadunidenses provocaram a morte de 801 civis desde seu começo em 2014.
Mas esta cifra é colocada em dúvida por organizações não governamentais ao afirmarem que o total de baixas fatais pelos ataques da coalizão supera 5.960.
No começo de novembro deste ano, o jornal The New York Times publicou os resultados de uma investigação de 18 meses sobre o terreno, segundo a qual o número real de mortos provocados por ditos bombardeios na Síria, no Iraque e outros países da região é 30 vezes superior ao informado pelo Pentágono.
A GUERRA NO AFEGANISTÃO
Até a data, o custo total da intervenção estadunidense no Afeganistão desde outubro de 2001 supera os 800 bilhões de dólares, em um conflito no qual morreram mais de 2.300 militares estadunidenses e outros 17.674 ficaram feridos.
Além disso, dezenas de milhares de civis afegãos morreram durante quase 16 anos de guerra e, apesar disso, o fim do conflito não está no horizonte.
O presidente Trump anunciou em 21 de agosto novas diretrizes para o Afeganistão e para o sul da Ásia, que segundo especialistas evidenciam a tendência do mandatário a priorizar o uso do poder militar estadunidense, com um custo impagável para a economia do país.
Apesar de todas as despesas e do esforço militar de Washington e seus aliados, o Talibã ainda está longe de ser derrotado, pois agora ocupa 60% do território e se converteu em um adversário mais tenaz do que era em 2001, segundo uma avaliação recente do diário The New York Times.
O ex-presidente George W. Bush (2001-2009) foi quem iniciou a guerra contra o Afeganistão em outubro de 2001 depois dos atentados de 11 de setembro e durante a Administração Obama o número de efetivos em solo afegão chegou a 100 mil.
A AUTORIZAÇÃO DO CONGRESSO
Outro indício da preferência da atual Administração pelo uso do poder militar é que o chefe do Pentágono, James Mattis e o secretário de Estado, Rex Tillerson, pediram recentemente ao Congresso que aprove um projeto de Autorização do Uso da Força Militar (AUMF) para realizar operações deste tipo sem uma data limite.
Mattis e Tillerson disseram aos senadores que uma nova AUMF não deve conter restrições de tempo ou geográficas para o uso do poder militar, devido à metástase das organizações terroristas estrangeiras.
Estamos em uma era de confrontos frequentes e não podemos dizer a nossos adversários que pretendemos deter os combates em uma data determinada, disse Mattis ao Senado em 30 de outubro deste ano.
A nova versão da AUMF foi proposta pelos senadores Tim Kaine, democrata por Virginia, e pelo republicano por Arizona Jeff Flake e está agora sob consideração do Comitê de Relações Exteriores da Câmara alta.
Esta iniciativa busca substituir duas autorizações prévias: a assinada sete dias após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 e uma parecida aprovada em 2002 com o fim de justificar a invasão contra o Iraque.
O texto estipula que a Casa Branca deve notificar o Congresso se pretende enviar tropas a novas áreas de operações não previstas em legislação.
No entanto, aos olhos da comunidade internacional, as ações de Washington têm caráter unilateral e não estão amparadas por nenhuma resolução das Nações Unidas.
Além disso, no caso da Síria, os ataques da coalizão acontecem contra a vontade das autoridades de Damasco, que têm denunciado em várias ocasiões o apoio que a Administração norte-americana presta a grupos antigovernamentais nesse país do Levante.
Os elementos mencionados são apenas algumas evidências da inclinação do presidente Trump ao uso da força, mas a eles se soma sua recente decisão de reconhecer a cidade de Jerusalém como capital de Israel, contra os preceitos e resoluções das Nações Unidas.
Com esta medida, a Casa Branca abre novas frentes de conflito e destroi a possibilidade real de um acordo pacífico ao conflito israelo-palestino e a outros problemas latentes de mesma magnitude no Oriente Médio.
*Chefe da Redação Norte-américa da Prensa Latina
rr/rgh/cc/gdc
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