Após dois anos do governo Bolsonaro, com registros evidentes de destruição florestal e uma política ambiental equivocada, os países dispostos a oferecer apoio financeiro exigem primeiro que o gigante sul-americano dê resultados concretos na redução do desaparecimento de massas florestais.
Desde que assumiu o poder, em janeiro de 2019, organizações ambientalistas não governamentais denunciam a recusa de Bolsonaro em demarcar terras indígenas, a promessa de abri-las para exploração e extração indiscriminada de madeira.
Apontam também para o desmantelamento sistemático e deliberado da capacidade operacional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, bem como a legitimação de atos ilícitos de grilagem (falsificação de documentos para posar) de terras públicas.
Diante de tais acontecimentos, a mídia garante que o Brasil será tema de debate nesta quinta-feira, no encontro virtual de dois dias coordenado por Biden, com líderes de 40 países.
A indicação visa colocar os Estados Unidos no topo da agenda ambiental, depois que o presidente anterior, Donald Trump, deixou o programa.
Além disso, na terça-feira, um grupo de 36 artistas do Brasil e dos Estados Unidos publicou uma carta pedindo a Biden que rejeitasse qualquer pacto climático com Bolsonaro.
‘Pedimos que seu governo ouça o chamado e não chegue a nenhum acordo com o Brasil neste momento’, escreveram na carta aberta celebridades como o ator Leonardo DiCaprio, a pop star Katy Perry e os músicos Caetano Veloso e Gilberto Gil.
O documento insiste na adoção de ‘medidas urgentes para enfrentar as ameaças à Amazônia, ao nosso clima e aos direitos humanos, mas um acordo com o Bolsonaro não é a solução’.
Nós os encorajamos, aponta o texto, a ‘continuar o diálogo com os povos indígenas e comunidades tradicionais da bacia amazônica, com os governos subnacionais e a sociedade civil (…) antes de anunciar qualquer compromisso’.
Este manifesto se soma a outros pedidos feitos a Biden nos últimos dias, instando-o a não fechar um compromisso com o Bolsonaro sem a participação da sociedade.
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