Seu modelo neogótico conhecido como ‘gingerbread’ – estilo arquitetônico originário do Haiti – data do século 19, com colunas brancas, varandas, amplos pátios e vegetação exuberante.
Ele ganhou seu nome lendário ao ficar parado após o terremoto mortal de 2010 que destruiu as principais estruturas modernas e antigas de Porto Príncipe, da icônica catedral ao Palácio Presidencial.
O hotel, de longa tradição artística e turística, leva o nome de Walter Gustav Oloffson, capitão da Marinha sueca que converteu o imóvel em alojamento após a intervenção norte-americana (1915-1934), período em que o Exército dos Estados Unidos utilizou o imóvel como um hospital militar.
Foi palco de uma novela e abrigou artistas e intelectuais, além disso, suas instalações serviram como plataforma musical e galeria de arte relacionada ao vodu, principal expressão mágico-religiosa do país.
Seus convidados regulares durante a década de 1960 incluíam o ator britânico John Gielgud, o cartunista americano Charles Addams e os escritores James Jones e Graham Greene. Este último foi inspirado pela instituição para recriar o Hotel Trianón em seu romance Los comediantes (1966).
Mick Jagger, Jackie Onassis, Jimmy Buffet, John Barrymore, Paul Haggis e Jean Claude van Damme também se hospedaram, e cada um dos quartos recebeu seu nome.
Desde meados do ano passado, a Oloffson reduziu consideravelmente seus serviços em meio à crise de saúde, à tensa situação sociopolítica e à queda do turismo.
A situação chocou muitos, já que o centenário estabelecimento é testemunha de uma parte importante da história cultural do país, um lugar místico, acolhedor, sugestivo e lendário.
(Retirado do Orb)
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