A ONU Colômbia também condenou ‘veementemente’ tais atos, que alegadamente se agravaram na semana passada, como enfatizado por uma declaração desse órgão.
O documento destaca a situação no departamento de Cauca, um dos mais afetados pela violência de grupos armados ilegais contra os povos indígenas e suas autoridades, e membros desmobilizados das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
A este respeito, a ONU Colômbia expressou ‘particular preocupação’ com os ataques ocorridos em março e abril deste ano, especialmente o assassinato da governadora indígena Sandra Liliana Peña e o ataque à comunidade à qual ela pertencia, resultando em dezenas de feridos.
Com relação às mortes de ex-guerrilheiros, ele destacou que elas estão acontecendo em diferentes departamentos do país, e apelou para o respeito às disposições do Acordo de Paz assinado entre o Estado colombiano e as FARC sobre o respeito às vidas daqueles em processo de reincorporação na vida civil.
O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e Paz (Indepaz) informa que os quatro meses de 2021 são os mais violentos em comparação aos anos anteriores, com 21 ex-combatentes mortos, sete dos quais só na última semana.
A Indepaz também relata 31 massacres e 52 líderes sociais e defensores dos direitos humanos mortos no mesmo período.
‘Estes atos violentos, com sérios impactos na vida de pessoas e comunidades, estão ocorrendo em territórios com a presença de grupos armados ilegais e organizações criminosas, economias ilícitas, onde há recrutamento de menores e com uma presença limitada do Estado’, adverte a ONU Colômbia.
Este órgão reitera o apelo do Secretário Geral da organização, Antonio Guterres, para cessar imediatamente as hostilidades e trabalhar pela recuperação nacional em um contexto marcado pelo impacto do Covid-19.
Guterres então enfatizou a importância de ‘salvaguardar efetivamente as vidas e os direitos de todas as pessoas nos territórios afetados pelo conflito e pela violência’.
A ONU, conclui o comunicado, reitera sua solidariedade com todas as vítimas e continuará a acompanhar as comunidades, autoridades étnicas e entidades estatais para abordar estas preocupações comuns, superar o conflito e avançar na construção da paz.
mem/avs/vmc