Em sua conta no Twitter, o líder da França Insubordinada, Jean-Luc Mélenchon, comemorou a decisão de punir os signatários ativos, que, como destacou ontem o general Lecointre, enfrentarão conselhos militares, que poderão até decidir pela dispensa.
O Exército na França é republicano e seu chefe o prova, ressaltou o parlamentar e candidato às eleições presidenciais de 2022, ao reiterar sua denúncia a um apelo à insurreição no texto publicado em 21 de abril no semanário judiciário conservador Valeurs atuelles, sob a rubrica de 20 generais aposentados.
Por seu turno, o chefe de redação da revista Défense nationale, Jérôme Pellistrandi, qualificou as medidas contra os responsáveis como legítimas e apelou a uma mão forte.
Pellistrandi considerou em declarações à rede Franceinfo que a polêmica criada, com ampla repercussão na imprensa, afeta a imagem da instituição militar.
O editorial foi dirigido ao presidente Emmanuel Macron, com um alerta para a alegada ameaça de desintegração da França e da guerra civil face ao avanço do ‘islamismo e das hordas da periferia’.
Além do sentimento anti-imigrante, em particular contra os muçulmanos, foi levantada a preocupação com a afirmação de que, diante da situação prevalecente, alguns ‘camaradas ativos poderiam intervir’, frase interpretada como uma possível convocação de um golpe para defender o que consideravam ‘valoriza a civilização’.
Na véspera, em artigo do jornal Le Parisien, o chefe do Estado-Maior anunciou a realização de conselhos para o pessoal da ativa que assinou o texto, assinado por cem oficiais de vários graus e um total de mil militares.
Do governo, o primeiro-ministro Jean Castex e a ministra da Defesa, Florence Parly, condenaram a publicação e seu uso para fins políticos.
A menos de um ano das eleições presidenciais francesas, a candidata da extrema direita, Marine Le Pen, manifestou apoio aos signatários e os convidou a aderir à ação de seu Agrupamento Nacional na luta pelo país.
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