Em 16 de abril de 1961, o líder cubano Fidel Castro proclamou o caráter socialista da Revolução em um discurso que um pequeno transmissor deu a conhecer em tempo real a toda a América Latina: ‘Estamos na era do rádio e as verdades podem ser muito veiculadas longe ‘, disse ele.
Um dia depois começou a invasão de tropas mercenárias apoiadas pelos Estados Unidos ao território central da Baía dos Porcos, este foi o batismo da nascente Rádio Habana Cuba (RHC), embora sua inauguração oficial tenha ocorrido em 1 de maio do mesmo ano.
Em declarações à Prensa Latina, o jornalista Adolfo Fernández reconhece que a estação surge num momento interessante e complexo da história nacional, quando era necessário transmitir ao mundo a verdade sobre a Revolução cubana.
Numerosas investigações indicam que, desde o triunfo de 1959, as campanhas organizadas por Washington tentaram desacreditar o novo governo da ilha, razão pela qual Cuba convocou a chamada Operação Verdade para contrariar esta notícia falsa.
Nesse contexto, nasceu o RHC, que também tem como objetivo transmitir a realidade dos povos latino-americanos e dar voz ao progressismo mundial, afirma Fernández.
‘Trabalhei lá 24 anos e posso dizer que a estação leva em conta os seus diversos públicos, é rigorosa com a linguagem, verifica as informações e tem consciência da responsabilidade social que tem desde a sua fundação’, sublinhou.
Por ondas curtas, o sinal se espalhou pela América e chegou a ser transmitido em vários idiomas: espanhol, inglês, francês, português, árabe e esperanto. René González, um dos cinco heróis cubanos presos nos Estados Unidos por sua luta contra o terrorismo, comentou sobre o significado que teve para eles ouvir RHC nas prisões do norte.
O líder bolivariano Hugo Chávez garantiu que descobriu a voz de Fidel Castro pela primeira vez através desta estação.
Em entrevista concedida em 1981, o uruguaio Mario Benedetti destacou a importância desse sinal para todos os latino-americanos, ‘mas fundamentalmente para aqueles povos, como o meu neste momento, que vivem sob fortes ditaduras’.
Na opinião de Fernández, depois de 60 anos o RHC não perde sua identidade, evolui e se adapta às novas tecnologias de informação e ao impacto das redes sociais ‘para continuar com o imediatismo da notícia e ser ouvido onde nem a internet consegue. ‘
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