Em declarações à Prensa Latina, o membro francês da organização Cidadãos pela Paz na Colômbia especificou que a grave situação em seu país de origem explica as mobilizações e protestos em Cali e em outras cidades do país sul-americano.
Os pobres não suportam mais a pressão econômica e, sobretudo, os poderosos querem que suportem o impacto das crises agravadas pela pandemia, disse ele, referindo-se às manifestações dos últimos dias contra a reforma tributária promovida pelo presidente Iván Duke.
Segundo Yépez, é fundamental entender que essa iniciativa, retirada diante da pressão popular, é apenas a pedra que quebrou o vidro da agitação social.
Lembremos que os colombianos estão nas ruas desde o final de 2019 para enfrentar uma situação insustentável, apesar da repressão do Estado, que no contexto atual acumula cerca de 20 mortes, segundo fontes diversas, frisou o também integrante do Patriótico União.
Nesse sentido, insistiu que seu país tem sofrido nas últimas décadas violências e problemas de posse e uso da terra nas cidades, de governos que têm fomentado o acúmulo de riquezas em poucas mãos, a ponto de torná-las uma das mais desiguais na América Latina.
Isso significa que antes da pandemia, a população já vivia uma grande pressão social e econômica, com uma concentração de 80 por cento da população em áreas urbanas, oito milhões de pessoas que optaram por migrar em busca de oportunidades e o desemprego nacional agravado pelo Covid-19 para 16 por cento, observou ele.
A Colômbia precisa de mudanças estruturais, com ajustes fiscais, que, ao contrário dos apresentados pelo governo, não agridem a cesta familiar, e com reformas agrárias e urbanas, disse Yépez.
Podemos resumir em um modelo de paz com justiça social, sem perseguição política, falsos positivos e violência no campo, sem ser morto por falar, e essa é a proposta agora do Pacto Histórico, uma plataforma de convergência para os defensores da mudança, exposta à Prensa Latina.
Para ele, o governo e as elites ainda não sabem ler a realidade do país, acreditando que com mais repressão podem silenciar o povo.
É por isso que muitos colombianos do exterior trabalham para divulgar o que está acontecendo e denunciar a violência do Estado, comentou o integrante do Cidadãos pela Paz da Colômbia, do qual fazem parte estudantes, artistas e outros residentes da França e da Europa em geral.
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