Considerando tal número, a CNN Brasil disse que um ano após o início da calamidade algumas impressões iniciais sobre o patógeno foram provadas erradas e, ‘entre elas, que a doença afetava apenas os idosos e os doentes crônicos, e que as crianças e adolescentes estariam imunes’.
Mas como as pessoas mais jovens foram expostas ao vírus, a emissora disse, ‘eles também começaram a ficar infectados e desenvolver formas mais graves e mortais’ da doença.
A emissora insistiu que a Covid-19 severo é raro em bebês e jovens, mas o número de mais de 1.000 mortes é preocupante e reforça a necessidade de atenção.
Entretanto, o número ainda é considerado baixo em relação à população em geral e em comparação com outras causas de morte.
A figura deve servir de alerta para os pais, mas não é motivo de desespero, segundo os especialistas ouvidos pela CNN Brasil.
‘Antes dos cinco anos de idade, a maior causa desencadeante é a má formação ou problemas relacionados ao nascimento. Depois dessa idade, homicídios, acidentes, como acidentes de trânsito e domésticos, e câncer lideram o ranking’, disse Paulo Telles, pediatra e neonatologista da SBP.
Dados mais recentes disponíveis dão uma dimensão desta comparação como o caso de 9.800 homicídios cometidos contra crianças e adolescentes até 19 anos de idade em 2018, de acordo com a Fundação Abrinq.
Houve também 3.300 acidentes em geral nos quais este grupo esteve envolvido, de acordo com a ONG Niño Seguro.
De acordo com a estação de TV, embora raros, casos graves e mortes podem ocorrer em crianças por causa da Covid-19, e a maioria está relacionada à Síndrome Inflamatória Pediátrica Multisistêmica (SIM-P).
O SIM-P pode se manifestar dentro de quatro semanas após a contaminação inicial da SARS-CoV-2 e se caracteriza por febre persistente e inflamação de múltiplos órgãos, incluindo o coração, intestinos e, em menor extensão, os pulmões. A doença também causa dor abdominal, insuficiência cardíaca e convulsões.
Um artigo publicado na revista Nature observa que, após uma revisão exaustiva dos estudos de pacientes infectados pela Covid-19, a Síndrome Inflamatória Multisistêmica afetou desproporcionalmente crianças e adolescentes de etnia africana, afro-caribenha ou hispânica.
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