A iniciativa, considerada pelos seus promotores de grande importância para a recuperação dos recursos do país, foi apresentada pela Federação Social Regional Verde com o apoio de outros grupos de oposição e tem conseguido ultrapassar muitos obstáculos.
O governo e o partido no poder rejeitam a chamada Royalty da Mineração, enquanto as grandes empresas do setor têm despendido todos os seus recursos para tentar bloquear o projeto.
Durante a tramitação anterior na Comissão de Finanças da Câmara dos Deputados, o Ministro de Minas e Energia, Juan Carlos Jobet, afirmou que o projeto viola o que está estabelecido na Constituição ao propor um imposto, que é de competência exclusiva do Presidente.
O titular também alegou que, se aprovadas, as mineradoras estabelecidas no Chile teriam que pagar o dobro de impostos em outros países ‘com os quais competimos para obter capital e ter participação no mercado internacional de cobre’.
A iniciativa pretende estabelecer para a exploração do cobre, principal item da economia chilena, e do lítio, recurso estratégico, uma compensação a favor do Estado de três por cento ad valorem, ou seja, sobre o valor dos minerais extraídos.
Seus defensores argumentam que isso aumentaria os lucros quando esses itens atingissem preços elevados no mercado internacional, como agora é o caso do cobre.
Além disso, esta injeção de recursos no Tesouro é duplamente importante em um momento em que o Estado necessita de mais recursos para fornecer ajuda suficiente a milhões de famílias que sofrem os efeitos da crise de saúde, econômica e social.
Espera-se que metade das receitas dos Royalty vá para o orçamento nacional e a outra metade, 25 por cento, vá para um fundo para financiar projetos de desenvolvimento regional e comunitário nos municípios onde a mineração é realizada.
Os 25% restantes seriam alocados em obras de infraestrutura nas regiões onde se localiza a exploração ou em programas de pesquisa em universidades estaduais.
Da esquerda consideram uma grande conquista aprovar este projeto e apelam à oposição para que siga em frente juntos na defesa dos recursos que pertencem a todos os chilenos.
Mas a poderosa National Mining Society (Sonami), que reúne grandes empresas do setor, descreve a medida como ‘populista e irreal’ e uma ameaça de que terá um efeito negativo na economia.
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