Um relatório elaborado conjuntamente pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz e a ONG Terremotos, indica que nestes dias de protesto contra o governo de Iván Duque ocorreram 963 prisões arbitrárias.
Ambos os grupos alertam sobre 12 casos de violência sexual, 548 desaparecidos, 28 vítimas de lesões oculares, 278 ataques pela polícia e 1.876 atos violentos.
A maioria das vítimas fatais neste cenário de violência e repressão policial tem menos de 36 anos e quatro eram menores.
A cidade de Cali, localizada a cerca de 453 quilômetros a sudoeste de Bogotá, é a mais atingida com 25 mortes, afirma o balanço recente das duas entidades.
O acadêmico Jairo Estrada alertou que Cali deve ser levada em consideração porque existe um modelo de guerra contra insurgente urbana (contra o ‘terrorismo de baixa intensidade’), que combina forças públicas (inclusive agentes secretos) com ações paramilitares e tentativas de mobilização social.
‘A ação paramilitar naquela cidade com carros e motocicletas de alto padrão, atirando na população indefesa e exercendo o direito de protestar, é praticada há décadas nos territórios do interior da Colômbia. A guerra contra o povo agora é também urbana ele alertou.
Da mesma forma, a conceituada política Clara López destacou que, naquela cidade, está sendo desenvolvido um plano piloto de repressão para o resto do país.
Ela denunciou por meio de sua conta no Twitter que o Exército apreendeu o aeroporto e descarregou material de guerra e pessoal, enquanto alguns caleña elite insensata armam grupos paramilitares.
Mesmo assim, as marchas continuam no país para exigir que o governo Duque pare com a militarização das ruas e a violação dos direitos humanos no país.
Para o colunista Daniel Samper Ospina, a situação na Colômbia indica que ‘estamos testemunhando o enterro do uribismo (que não será breve nem pacífico)’.
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