O documento também exige a quebra da patente de antídotos contra o patógeno, para ampliar e democratizar seu acesso.
‘As mais de 400 mil mortes, que infelizmente são registradas, concentram-se em regiões com maior população negra e periférica’, denunciou a advogada Sheila Carvalho, integrante da Coalizão Negra pelos Direitos, citada pelo portal Brasil de Fato.
Ela explicou que a expansão de antígenos é a melhor forma de evitar a morte de negros, mais vulneráveis à infecção.
Por isso, continuou, ‘nossa chance de sobreviver é ter uma ampla vacinação, por meio do Sistema Único de Saúde, em que todos possam ter acesso à vacina’.
O texto defende que o imunizador é a única ferramenta para conter a alta mortalidade da população negra por conta do Covid-19.
Dados oficiais, publicados com um corte racial para a pandemia em maio de 2020, mostraram que a população negra do Brasil tinha cinco vezes mais chances de morrer da doença do que os brancos.
‘Isso se deve a uma série de fatores, um deles é a privação histórica do direito à saúde. Os negros têm mais dificuldades para serem atendidos de forma adequada e apresentam maiores índices de comorbidades’, argumentou Carvalho.
A isso, garantiu, somam-se as circunstâncias econômicas que aumentam os riscos de contaminação.
‘Quem está na linha de frente dos serviços essenciais, como entregadores, Uber (transporte particular) e supermercadistas? Sabemos que os negros têm maior probabilidade de ter empregos precários, que não pararam durante a pandemia’, referiu.
Ser negro é um fator importante na definição das chances de morrer do Covid-19 no Brasil, de acordo com as conclusões de um estudo publicado em junho pela Universidade de Cambridge (pública inglesa), em associação com o Estado Federal do Espírito Santo.
A investigação analisou mais de 11.500 casos graves da doença e revelou que os brasileiros das regiões Norte e Nordeste são mais vulneráveis ao coronavírus, que já causou mais de 425 mil mortes e 15 milhões de infecções no país.
Fatores como educação, acesso à saúde e desigualdade econômica estão ligados à letalidade da doença. Negros sem escolaridade têm 3,8 vezes mais chances de morrer do coronavírus no gigante sul-americano.
Negros e mulatos têm um risco médio de morrer 37% maior do que brancos na mesma faixa.
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