As modificações na Lei de Contratações Estaduais foram aprovadas em 24 de abril e geraram de imediato a rejeição não só das bancadas da oposição, mas também de instituições e organizações sociais, a ponto de solicitar o veto ao presidente Alejandro Giammattei.
Com o apoio e promoção do Executivo, na véspera outra questão corria bem na manga desta oitava legislatura, as reformas da Lei de Zonas Francas, cujo objetivo faz parte da estratégia de recuperação econômica do governo para superar o impacto da Covid- 19
A chamada iniciativa 51-74, de acordo com a ordem do dia, reuniu 84 votos a favor na sua terceira leitura e redação final, mais uma vitória esmagadora do partido no poder que não impediu as bancadas da oposição de levantarem a voz.
Segundo Ligia Hernández, do Movimento Semilla, se gera desenvolvimento e se atrai investimentos apenas com mais e melhor educação, saúde e trabalho decente para a maioria, não com privilégios para as elites predatórias, garantiu.
Por sua vez, a chefe da bancada do Winaq, Sonia Gutiérrez, disse que as reformas não vão gerar benefícios sociais e vão gerar custos fiscais e ampliação de privilégios para as empresas.
Em contrapartida, o presidente da Comissão de Finanças do Congresso, Duay Martínez, mencionou entre as supostas vantagens das zonas francas (hoje 10 em todo o país), a possibilidade de geração de empregos e investimentos.
O apoio também veio da Câmara de Comércio Americana da Guatemala, que emitiu um comunicado a favor da celeridade no processamento da regulamentação para evitar que o país continue perdendo oportunidades.
Agora, os dois textos estão à disposição de Giammattei para ratificação ou veto, algo quase impossível apesar de as Câmaras de Comércio e Agricultura se unirem ontem àqueles que pedem a anulação do decreto 4-2021 em princípio.
Em nota, a instituição garantiu que a aprovação das reformas da Lei de Licitações pelos parlamentares constitui ‘um retrocesso em termos de transparência’.
Por sua vez, citou como fundamental a eliminação dos controles nos processos de compras diretas, hoje valendo 200 mil quetzals (26.315 dólares), o que gera incentivos à discrição e à corrupção.
A mesma posição foi expressa pela Comissão Coordenadora das Associações Agrícolas, Comerciais, Industriais e Financeiras, considerando que as alterações desincentivam a aplicação das metodologias competitivas e visíveis do sistema Guatecompras.
Segundo especialistas do Instituto Centro-Americano de Estudos Fiscais, esta última reforma agrava a situação da Lei, pois aumentaria os valores aplicáveis às modalidades de baixo valor, compra direta, cotação e licitação, e seu parecer não continha pareceres. das entidades que orientam na matéria.
Os discursos dos legisladores confirmaram que ele realmente respondeu ao lobby da Associação Nacional de Municípios e ao cumprimento de uma promessa que Giammattei fez aos prefeitos durante sua campanha eleitoral, lembraram.
O Congresso encerra o capítulo económico, mas deixa em dívida outro tão sensível como a renovação do Supremo Tribunal de Justiça e dos Tribunais de Recurso, pendente desde outubro de 2019.
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