Em entrevista à Prensa Latina, via Internet, Castillo comentou que o povo colombiano já completou 15 dias de mobilizações, indignação e resistência nas ruas.
‘É uma explosão de rejeição às políticas neoliberais e criminosas impostas pelo governo mafioso de Iván Duque’, destacou.
A sua administração pretende transferir a crise económica gerada nos últimos anos pelas elites governantes e agravada no contexto da pandemia Covid-19, o que significa mais sacrifícios para os trabalhadores que assistem cada vez mais ao aumento do desemprego e da precariedade das políticas sociais, afirmou. .
Castillo, que também é porta-voz nacional do Movimento das Vítimas de Crimes do Estado (Movice), destacou que nestes dias de mobilizações massivas, os jovens desempenham um papel protagonista.
‘Os jovens não se intimidam com o terror, a violência e a morte impostos pelas forças policiais do país, que mostram que a política do inimigo interno e a criminalização do protesto -que é um direito constitucional- continuam na linha de frente do sua atitude militarista e inimiga da paz ‘, explicou.
Ele alertou que, conforme as declarações vão, diferentes organizações internacionais de direitos humanos e o sistema das Nações Unidas têm evidências de abuso de autoridade, de excessos no controle de protestos.
Também fizeram apelos ao fim do uso de armas letais, proibidas pela própria Constituição e pela regulamentação da Colômbia para conter a persistência das manifestações, explicou o porta-voz do Movice.
Até o momento, mais de 40 pessoas foram mortas, a maioria delas jovens, por um aparato criminoso, o Esquadrão Móvel Anti-Motim, conhecido por todos como Esmad, denunciou ele
Para Castillo, a principal conquista dessas mobilizações ‘é a derrubada do projeto de reforma tributária e a renúncia do ministro da Fazenda Alberto Carrasquilla, uma das peças mais importantes do partido Centro Democrático no poder’.
‘Mas talvez a conquista mais consistente seja superar o medo de enfrentar a força pública’, disse o defensor dos direitos humanos.
Ele frisou que hoje as mobilizações persistem em muitas cidades do país e são milhares e milhares de pessoas nas ruas exigindo a retirada dos projetos que reformam também a saúde, a previdência e a proposta de reforma trabalhista que está pendente do governo de Iván Duque.
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