‘O problema com a pandemia (Covid-19) no Brasil e nos Estados Unidos é que ela foi tratada com falta de responsabilidade e com muito desprezo por ambos (Donald) Trump e Bolsonaro. Eles não tinham respeito pela vida das pessoas’, disse Lula à jornalista Amna Nawaz no jornal PBS News Hour, de Nova York.
Ele disse que, no Brasil, ‘não discutimos ciência, não criamos um protocolo, não reunimos especialistas’. Os cientistas estavam afundando com as ações do presidente (Bolsonaro) sem qualquer responsabilidade e agora ele está tentando conter danos’.
Sobre como tal problema deve ser enfrentado agora, Lula respondeu que se deve ‘fazer tudo o que for necessário para vacinar todo o povo brasileiro. Faça a política de distanciamento social e evite o máximo possível as aglomerações’.
Ele sugeriu criar as condições certas para dar a ajuda emergencial para que ‘os desempregados possam comer e garantir crédito especial para que as pessoas possam continuar trabalhando em suas pequenas e médias empresas’.
Questionado sobre as drogas anti-Covid-19, o fundador do Partido dos Trabalhadores argumentou novamente que os principais líderes mundiais deveriam realizar uma reunião extraordinária ‘seja no G-20, no G-8 ou na ONU’.
Nessa reunião, ele argumentou que eles deveriam ‘tomar a decisão de quebrar as patentes de vacinas para que sete bilhões de habitantes do mundo tenham o direito de tomá-las’.
Seria necessário, então, ‘começar a discutir uma nova governança mundial: ficou demonstrado que, quando a crise pandêmica chegou, os países não estavam preparados e cada um tentou encontrar uma solução individual. Não há solução individual para esta crise’, advertiu ele.
Com relação à responsabilidade de Bolsonaro na calamidade sanitária de seu país, ele disse que ‘nosso presidente tomou a decisão de se tornar um pária. Ele não quer falar com ninguém. Ninguém quer falar com ele. O Brasil se isolou’, disse ele.
Na entrevista, o ex-líder trabalhista disse que não pode se preocupar com as pesquisas, numa época em que a pandemia continua sendo um problema de segurança no gigante sul-americano, onde a Covid-19 já causou mais de 432.000 mortes e infectou 15 milhões de pessoas.
‘Temos que cuidar do povo, não das eleições. Quando chegar a hora de discutir as eleições, vamos discutir as eleições’, enfatizou ele.
Lula recuperou recentemente seus direitos políticos depois que a Suprema Corte anulou suas convicções, fato que lhe permitirá participar da corrida ao poder nas eleições de 2022.
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