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Negligência do governo diante da Covid é destaque da semana no Brasil

Negligência do governo diante da Covid é destaque da semana no Brasil

Brasília, 15 mai (Prensa Latina) Testemunhos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que corroboraram a tese das omissões e negligências do governo federal diante da pandemia da Covid-19 marcaram a semana que termina hoje no Brasil.

Diante da diretoria, o presidente da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra, revalidou na terça-feira que a administração de Jair Bolsonaro avaliou a mudança do registro de cloroquina para sugeri-la como droga contra a Covid-19.

Barra confirmou que ele estava em uma reunião em 2020 no Palácio do Planalto (sede do Poder Executivo), na qual foi proposta a alteração da bula de cloroquina, um remédio sem eficácia comprovada cientificamente, para colocá-lo como um possível antídoto contra o patógeno.

O chefe da CPI, Omar Aziz, anunciou na quarta-feira que enviará o testemunho do ex-secretário de comunicação presidencial Fabio Wajngarten ao Ministério Público por alegadas mentiras em sua declaração.

Aziz quer que o Ministério Público Federal avalie se o empresário cometeu o crime de falso testemunho durante sua apresentação à comissão.

Após o testemunho de Wajngarten na audiência, os congressistas exigiram sua prisão porque acreditam que ele estava mentindo.

O senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente do comitê, lembrou que, em entrevista à revista Veja, o ex-secretário de Comunicação afirmou que o Ministério da Saúde era responsável ‘pelo atraso das vacinas’ contra o Covid-19.

Entretanto, quando questionado pela CPI, o empresário não ratificou suas palavras e exonerou Bolsonaro e o então Ministro da Saúde, General Eduardo Pazuello, da culpa.

A postura evasiva de Wajngarten irritou os senadores que o acusaram de mentir por medo de represálias.

Na quinta-feira, o diretor da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, certificou ao comitê que o governo havia colocado de lado as ofertas do laboratório americano que ofereceu 1,5 milhão de doses da vacina anti-Covid-19.

A farmacêutica se ofereceu para entregar os primeiros antídotos ao gigante sul-americano até o final de 2020 e a administração Bolsonaro ignorou a proposta.

O Brasil assinou um contrato com a Pfizer somente no último dia 19 de março, quando o sistema de saúde estadual havia entrado em colapso e a vacinação continuou a um ritmo lento.

Em meio a intensos debates na comissão, o Ministro Ricardo Lewandowski do Supremo Tribunal Federal concedeu a Pazuello habeas corpus ontem e o ex-ministro será autorizado a permanecer em silêncio durante seu testemunho na próxima semana.

A CPI foi criada para investigar o desempenho do governo diante do Covid-19, que até hoje causou mais de 432.000 mortes e infectou 15 milhões de pessoas, bem como para supervisionar a aplicação dos recursos federais pelos estados e municípios.

mem/ocs/vmc/gdc

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