Durante a cerimônia do 218ú aniversário da criação da bandeira nacional, o governante, cuja legitimidade é amplamente questionada dentro e fora do país, reiterou que a transição nunca trouxe coisas boas para a nação, exceto aquele ‘velho malcriado trato’ que ela divide o estado em pequenos pedaços.
‘Não podemos continuar a fazê-lo, apelo a todos os atores para que se esforcem para colocar o país no caminho da estabilidade’, disse, destacando a necessidade de eleições no final deste ano para que o povo decida quem deve governá-lo.
As eleições gerais estão marcadas para meados de setembro, e os cidadãos terão que votar para presidente, parlamentares e governadores locais, mas antes acontecerá o referendo para modificar a atual Constituição, outro processo que também é alvo de críticas.
Segundo Moïse, a nova Carta Magna vai permitir que o Estado chegue às secções comunais e é uma oportunidade para a juventude e a diáspora acederem com maior facilidade à política nacional, pelo que pediu à população que não deixasse passar essa oportunidade.
Em seu discurso, o chefe de Estado mais uma vez insistiu na necessidade de unidade e lembrou que os predecessores e líderes pró-independência deixaram de fora todas as divisões, fossem elas questões de cor, ideologia ou classe social.
Eles tiveram uma motivação, é a magnitude ideal, que significa se unir para lutar pela liberdade, disse.
Apesar de suas declarações, setores da oposição denunciaram o unilateralismo da comissão encarregada da redação da nova Constituição e lembraram que o referendo está proibido na atual constituição. De fato, para esta terça-feira apelaram a mobilizações antigovernamentais na capital e outras províncias para denunciar o exercício promovido pelo Governo.
‘Nem referendo nem eleição com Jovenel Moïse. O artigo 134-2 da Constituição deve ser respeitado’, escreveu nas redes sociais André Michel, porta-voz do Setor Democrático e Popular, um dos mais hostis ao atual governo.
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