De acordo com a pesquisa realizada no ano passado, 59 por cento dos menores e jovens vítimas de bullying garantiram que a linguagem abusiva e ofensiva é o tipo de ataque mais comum, enquanto 50 por cento reconheceram que atualmente os casos de perseguição na Internet superam os registrados nas ruas.
As meninas também indicaram que o Facebook (39 por cento) é a plataforma digital onde os maiores ataques tendem a ocorrer, seguido pelo Instagram (23 por cento), WhatsApp (14), Snapchat (10), Twitter (nove) e TikTok (seis). )
Soma-se a isso a violência de gênero, cujos números aumentaram drasticamente durante a emergência sanitária gerada pelo Covid-19, devido às medidas de confinamento e isolamento social decretadas para conter o avanço da pandemia.
Segundo a Plan International, esta situação obrigou as vítimas a conviverem mais com os agressores, o que deteriorou os níveis de proteção em muitos casos devido à falta de acesso aos mecanismos de denúncia e à perda de vínculos sociais.
Na opinião desta instituição, o encerramento de escolas agravou esta ‘sombra pandêmica’, cujas políticas públicas para a sua erradicação tendem a ter como foco as mulheres e reduzir a violência contra as crianças, mas não numa perspectiva de gênero.
‘Os centros educacionais sempre funcionaram como espaços de proteção onde esses casos podem ser denunciados, seu fechamento prolongado está prejudicando não só a sua educação’, disse Débora Cóbar, diretora executiva da entidade para as Américas.
Por outro lado, a perda de renda familiar e as responsabilidades impostas às meninas, como o trabalho doméstico, aumentam o risco de trabalho infantil, violência e exploração sexual, casamento ou união precoce e forçada, destacou.
‘Da Plan International, convidamos as autoridades a criar um mundo seguro e livre de violência para nossas meninas e adolescentes. (…)
Precisamos trabalhar juntos para integrar a abordagem de gênero em todas as dimensões e gerar e implementar políticas públicas para recuperar o futuro das novas gerações ‘, garantiu.
Fundada em 1937, esta organização humanitária promove os direitos da criança e do adolescente e desenvolve suas ações em mais de 70 países ao redor do mundo, incluindo 13 na América Latina e no Caribe, por meio de programas e projetos comunitários.
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