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Dois ex-presidentes do Panamá em julgamento pelo caso Odebrecht

Dois ex-presidentes do Panamá em julgamento pelo caso Odebrecht

Panamá 25 Mai (Prensa Latina) Os ex-presidentes do Panamá, Ricardo Martinelli (2009-2014) e Juan Carlos Varela (2014-2019), estão incluídos no processo por suborno da construtora brasileira Odebrecht, revelou hoje uma mídia local que citou 'uma fonte judicial'.

O jornal La Estrella de Panamá assegurou que entre as 50 pessoas físicas e uma pessoa jurídica chamada a julgamento dentro do registro criminal, estão os dois ex-presidentes pelo suposto crime contra a ordem econômica na forma de lavagem de dinheiro.

A denúncia da Promotoria Especial Anticorrupção se baseou no fato de que, supostamente, em seus respectivos governos, ambos receberam dinheiro ilegal para a contratação da empresa para obras de infraestrutura, informou o jornal.

Segundo o Ministério Público (MP), a investigação também detectou contribuições milionárias que a empresa deu às campanhas políticas dos partidos então liderados por Martinelli e Varela, Cambio Democrático e Panameñista, respectivamente.

Esse próprio jornal publicou o ‘vazamento’ da transcrição literal das confissões ao Ministério Público panamenho do superintendente da sucursal brasileira no Panamá, André Rabello, em que afirmou que pagavam lobistas para agilizar os trâmites burocráticos na execução de projetos e cobranças do governo da época.

Os promotores elaboraram sua teoria do caso em que asseguraram que os ex-governadores cometeram o crime de lavagem de dinheiro e no julgamento oral apresentarão as provas do formulário utilizado para encobrir as faltas graves, informou a imprensa.

Quando o escândalo veio à tona em 2015, Varela reconheceu que seu partido recebia ‘doações’, enquanto o Ministério Público definia a ação como ‘suborno’ e a classificava como ‘crime contra a ordem econômica’, na forma de ‘ lavagem de dinheiro ou ‘capitais’, que prevê pena de 5 a 12 anos de reclusão.

O conteúdo da acusação ainda não foi oficialmente revelado, pois de acordo com o procurador-geral responsável, Javier Caraballo, os membros do Terceiro Tribunal de Justiça, a cargo do caso, devem primeiro conhecê-lo, para o qual deverão ler 2.194 volumes e quase um milhão de páginas.

No entanto, o Ministério Público informou que na investigação tomou conhecimento da utilização de bancos nacionais e estrangeiros para a entrega de dinheiro ilícito a servidores públicos e seus familiares no valor superior a 100 milhões de dólares, sob o critério de suborno para concessão e pagamento de trabalhos desenvolvidos pelo conglomerado brasileiro.

O quadro financeiro exposto pelo MP desde o início da investigação incluía corporações panamenhas e estrangeiras, contas bancárias em vários países, frontman, seguros, contratos fictícios e financiamento de campanhas políticas.

A Odebrecht executou mais de 13 bilhões de dólares em contratos com o Estado panamenho de 2004 a 2016.

jha/orm/jcfl

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