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Justiça do Panamá sentencia de novo contra o ex-presidente Martinelli

Justiça do Panamá sentencia de novo contra o ex-presidente Martinelli

Panamá, 29 mai (Prensa Latina) O ex-presidente do Panamá Ricardo Martinelli sofreu um novo revés legal quando alegou que o crime de escuta telefônica tinha ficado prescrito, um dos dois casos que ele está enfrentando atualmente perante os tribunais panamenhos.

O juiz de garantias Elkis Martinez negou o pedido de ‘escutas telefônicas’, mas a defesa recorreu da decisão, com base em um detalhe técnico do tempo decorrido desde a abertura do caso, onde contesta que a justiça excluiu o período do processo de extradição dos Estados Unidos para o Panamá.

Esta decisão considerou o pedido ‘inadmissível’ e isto poderia colocar Martinelli de volta no banco dos réus no dia 22 de junho, quando o novo julgamento está marcado, para o qual um tribunal o considerou previamente ‘inocente’, um termo que foi ouvido pela primeira vez nos tribunais panamenses.

‘O importante aqui é que o juiz se expressou de forma muito acadêmica e nesse sentido determinou que o estatuto de limitações solicitado pela defesa não era válido’, disse o promotor no caso, Aurélio Vasquez, que assegurou que o Ministério Público está preparado para a audiência oral.

As reações dos advogados e do empório de mídia do bilionário acusado foram de total rejeição da decisão, com referências ofensivas aos juízes e situações anteriores do Judiciário, entre outros, o elemento técnico de que houve ‘acusação’ sem ‘acusação’ quando o caso foi julgado no Supremo Tribunal de Justiça.

‘Todo o modelo de gestão do Sistema Penal Acusatório está sofrendo um colapso por tentar manter uma pessoa em julgamento, independentemente de outras defesas, o básico é que ele nunca foi chamado a uma audiência por um promotor para acusá-lo diante de um juiz de garantias’, disse seu advogado Carlos Carrillo.

Este caso levou o acusado, que era um fugitivo da justiça panamenha, a ser capturado e detido nos Estados Unidos para que, após um processo que durou um ano, ele pudesse ser extraditado acorrentado para o Panamá, onde passou mais 12 meses em prisão preventiva por risco de fuga.

Pelo menos 11 outros casos criminais envolvem o ex-presidente como supostamente culpado, incluindo o caso de suborno da construtora Odebrecht, pelo qual ele será chamado perante os juízes juntamente com outros cinquenta réus, de acordo com relatórios recentes.

Martinelli e seu ‘exército de advogados’ (uma dúzia) argumentam que, com esses outros casos, eles violam o princípio da ‘especialidade’, que afirma que ele não pode ser julgado por outro crime antes daquele que causou a extradição; mas as autoridades estadunidenses desistiram desse direito, um direito que corresponde ao país emissor.

O sarcasmo popular se expressa nas redes sociais que depois de aparecerem diante dos meios de comunicação em alto astral, mesmo em atividades festivas, quando se aproxima a possibilidade de julgamento, surgirão ‘múltiplas doenças graves’ do acusado, que já recorreu a este ardil para atrasar o processo e buscar o estatuto de limitações de tempo.

msm/orm/vmc

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