A indústria sem chaminés libanesa contribuiu com US$9,5 bilhões para o produto interno bruto há uma década, uma cifra com a qual agora os gerentes podem apenas sonhar.
Já havia uma tendência de queda devido aos conflitos regionais que ocorreram nos últimos 10 anos e, em 2018, o número acumulado pelos visitantes chegou a apenas 3,5 bilhões.
Depois disso, o número foi muito menos com a insubordinação civil massiva em outubro de 2019 que paralisou o país e aproximou à sentença de morte uma economia vacilante.
A partir desse momento, a moeda nacional, a libra libanesa, começou a se desvalorizar até hoje atingindo mais de 90% de desvalorização em relação ao dólar americano, ao qual estão atreladas as finanças nacionais.
À medida que a libra afundava, também diminuía a estabilidade e, junto com o custo econômico da pandemia de Covid-19, os hotéis acumulavam poeira devido à falta de visitantes.
Turistas tentados a passar um verão no país avaliam se vale a pena aproveitar a fraqueza da moeda nacional para arriscar as previsões de uma explosão social.
‘O pacote turístico libanês inclui muitos componentes; um deles, o dólar, embora haja outros a considerar, segurança, tranquilidade e estabilidade’, disse Jean Abboud, diretor do Sindicato das Agências de Viagens e Turismo.
‘Talvez em alguns dias não tenhamos luz nem combustível’, antecipou, aludindo aos anúncios de que o Banco Central vai eliminar os subsídios aos produtos básicos.
Para turistas com dólares ou outras moedas, a situação atual cria vantagens, mas Abboud, diretor de uma agência de viagens em Beirute, ressalta que uma libra fraca não atrairá visitantes suficientes.
‘O turismo nacional vai dar certo. As pessoas ficaram um ano, um ano e meio sem sair de casa e querendo relaxar’, previu, embora reiterou que a renda será menor do que em épocas anteriores.
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