Após ameaças e sanções de Washington contra as empresas envolvidas no projeto, a secretária de Energia dos EUA, Jennifer Granholm, disse na quinta-feira que o gás natural produzido na Rússia é o ‘mais sujo’ do mundo.

Em uma audiência no Comitê de Ciência, Espaço e Tecnologia da Câmara, Granholm observou que o Nord Stream 2 carregará ‘a forma mais suja de gás natural da Terra’.

O responsável acrescentou que ‘isto é mau para o nosso clima’ e que os Estados Unidos consideram o gasoduto ‘muito perigoso’. Ao mesmo tempo, ele expressou sua perplexidade quanto ao motivo pelo qual a questão das sanções contra o Nord Stream 2 não foi levantada antes.

‘O gás russo fornecido à Europa através da Nord Stream, de acordo com várias agências analíticas e de consultoria, tem quase quatro vezes menos pegada de carbono por quilowatt-hora do que o gás fornecido à Europa pelos Estados Unidos’, respondeu o vice-primeiro-ministro na sexta-feira. Novak.

O político, que já foi ministro da Energia da nação euro-asiática, explica que o motivo está ligado ao fato de a maior parte do gás americano ser produzido a partir da fraturação hidráulica de rochas de xisto. Ele ainda enfatizou que ‘a Rússia dá grande atenção para garantir a liderança ambiental e fornecer energia limpa aos nossos parceiros’.

Sobre o assunto, a vice-primeira-ministra russa Victoria Abramchenko, encarregada de supervisionar os problemas ambientais no governo, observou que as melhores tecnologias disponíveis são utilizadas na produção e transporte do gás russo.

‘Esta é realmente uma produção amiga do ambiente’, disse Abramchenko, de acordo com a agência de notícias TASS.

O gás mais sujo é o gás americano, ‘um campeão em emissões de gases de efeito estufa’, também observou Igor Yushkov, analista-chefe do Fundo Nacional de Segurança Energética, especialista do Departamento de Finanças do governo.

Para o cientista político russo Dmitri Drobnitsky, ‘se do ponto de vista técnico Granholm cometeu um erro óbvio, então politicamente essa afirmação parece bastante lógica’.

Nord Stream 2 planeja mover até 55 bilhões de metros cúbicos de gás natural a cada ano da Rússia para a Alemanha, passando pelas águas territoriais ou zonas econômicas exclusivas da Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Rússia e Suécia.

Em declarações ao jornal russo Vision, o especialista em questões norte-americanas alertou que o ‘martelo’ climático é uma ferramenta muito útil ‘e eles vão nos atingir constantemente’, disse ele.

Em sua opinião, ‘a agenda climática será usada com todas as forças contra a Rússia’.

Ele ressaltou que, para o governo do presidente Joseph Biden, a questão do combate às mudanças climáticas está se tornando uma ferramenta para solucionar problemas de política externa.

Ao mesmo tempo, ele observou que a declaração de Granholm contra Nord Stream 2 também deve ser vista no contexto de conflitos dentro da nova administração da Casa Branca.

Além da perda significativa do mercado europeu para as empresas norte-americanas, ele lembrou que ‘as autoridades primeiro impuseram sanções aos participantes da construção do Nord Stream 2, e depois, entretanto, suspenderam sua proibição’.

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