A diretora do Instituto de Avanços em Medicina, do Estado de São Paulo, testemunhará a pedido do Senador Eduardo Girão.
Segundo a Agência Senado, em seu pedido, o parlamentar lembra que, em seu testemunho na CPI, o diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra, disse que, em reunião com o governo federal, Yamaguchi defendeu a mudança do folheto do pacote de cloroquina.
Sua intenção, segundo Barra, seria definir a droga como eficaz contra o coronavírus SARS-CoV-2, que causa a Covid-19, embora não haja provas científicas disso.
O chefe da Anvisa deixou claro sua rejeição do procedimento.
‘Yamaguchi é conhecida por defender a hidroxicloroquina e a cloroquina no tratamento de pacientes infectados pela SARS-CoV-2. E ela foi convidada pelo Presidente Jair Bolsonaro para integrar o comitê de crise mesmo na administração do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta’, citou Girão em seu pedido.
O apelo do oncologista e imunologista também responde à demanda do Senador Marcos Rogério, que considerou que a audiência ‘será de singular importância para (Yamaguchi) expor sua atuação e conhecimento, com o único propósito de restaurar a verdade, oferecendo informações transparentes e esclarecedoras’.
Durante a audiência de 11 de maio, Barra explicou que mudar a indicação para cloroquina seria impossível, pois somente a agência reguladora do país de origem pode alterar a bula de uma droga registrada, desde que seja solicitada pelo registrante.
‘Agora, não tenho informações sobre quem é o autor, quem o criou, quem surgiu com a ideia. A médica (Yamaguchi), de fato, perguntou sobre esta possibilidade e parecia estar, digamos, mobilizada com esta possibilidade’, esclareceu ele.
Em 27 de maio, o senador Renan Calheiro, relator da CPI, disse que o conselho está investigando a existência de conselhos informais para o governo em favor de métodos considerados ineficazes para lidar com a pandemia.
A comissão também ouvirá críticos da cloroquina, como a microbiologista e pesquisadora da Universidade de São Paulo Natalia Pasternak e o doutor em virologia Átila Iamarino.
Instalada em 4 de maio e em sua quinta semana de testemunho, a CPI foi criada para investigar o desempenho do Poder Executivo frente à Covid-19, que até hoje já causou mais de 460.000 mortes e 16 milhões de infecções, e para supervisionar a aplicação de recursos federais por estados e municípios.
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