Segundo a Coordenação Colômbia-Europa-Estados Unidos, rede formada por 285 organizações sociais e de direitos humanos, a renda básica neste país é necessária e urgente porque ajudaria a salvar vidas ameaçadas pela falta de alimentos e bens básicos.
Além disso, permitiria neutralizar os efeitos nefastos da pandemia, como o aumento do desemprego, a falência de pequenas empresas e as restrições ao comércio informal.
Ainda neste dia, será realizada audiência pública no Senado Federal (bicameral) sobre o Projeto de Lei 402 de 2021, por meio do qual se propõe a criação do programa de renda básica como política permanente do Estado.
O projeto, que contou com o apoio de mais de 50 parlamentares, foi construído em parceria com o público, cujo texto se baseou em uma carta enviada ao presidente Iván Duque no final de janeiro.
A iniciativa tem 16 artigos e neles se explica o valor, a periodicidade, as fontes de financiamento, entre outros aspectos, e seus pontos principais partem do fato de ser um direito do cidadão porque não está condicionado, não implica qualquer consideração e é permanente ao longo do tempo.
Visa beneficiar 7,4 milhões de famílias, cerca de 30 milhões de colombianos, não afetará as finanças do Estado porque se estima que seu custo seja de apenas 3,7% do Produto Interno Bruto.
Se implementados, programas como Famílias em Ação, Jovens em Ação e Idosos serão universalizados, cujo dinheiro passaria a ser parte do que se entregaria em renda básica.
O valor entregue através da renda pode ser complementado pelas entidades territoriais, e quem o possui e demonstrar necessidade poderá acessá-lo.
O programa implantado por lei terá controle cidadão e busca-se avaliação permanente pelos órgãos públicos.
Recentemente, com a melhora econômica de 5% de março para 7,6% em maio, e com perspectivas de crescimento para o final de 2021, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico recomendou que a Colômbia criasse uma renda mínima que alcance as famílias mais afetadas.
No entanto, o governo de Iván Duque afirma que seguirá o plano caso seja aprovada uma reforma tributária que garanta a arrecadação dos recursos.
Uma proposta de reforma tributária do governo que aumentaria os impostos e criaria novas taxas acendeu a ira popular que levou à greve de 28 de abril.
Embora o governo tenha retirado a proposta por enquanto, as mobilizações continuam e o país vive o maior levante social dos últimos 70 anos.
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