5 de November de 2024
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Criticas a Bolsonaro sobre a vacinação no Brasil

Criticas a Bolsonaro sobre a vacinação no Brasil

Brasília 3 Jun (Prensa Latina) A portaria da Comissão do Senado (CPI) que investiga a gestão do Covid-19 pelo governo brasileiro descreveu hoje como dolorosa a demora com que o presidente Jair Bolsonaro agora menciona a vacinação contra a doença.

Na rede nacional de rádio e televisão, o Bolsonaro anunciou ontem à noite que todos os brasileiros que desejarem serão imunizados até o final do ano contra o Covid-19.

Após essa declaração, o ICC emitiu uma nota oficial afirmando que tal inflexão em homenagem às drogas contra a doença veio com um ‘atraso fatal e doloroso’.

‘O Brasil esperava esse tom em 24 de março de 2020, quando foi inaugurada a negação, minimizando a doença, chamando-a de gripe pequena. Um atraso de 432 dias e a morte de quase 470 mil brasileiros, desumanos e indefensáveis’, afirma o texto.

Ele ressalta que o discurso deveria ter se materializado na aceitação das vacinas do Instituto Butantan e do laboratório americano Pfizer em meados do ano passado, quando o governo parou de comprar 130 milhões de doses, o suficiente para metade da população brasileira.

A comissão parlamentar denuncia que o ex-militar então optou por ‘desqualificar vacinas, sabotar a ciência, estimular multidões, conspirar contra o isolamento e prescrever medicamentos ineficazes para Covid-19’.

Assinado pelo presidente da comissão, Omar Aziz; Para pelo vice-presidente Randolfe Rodrigues, pelo relator Renan Calheiros e demais membros do colegiado, o conteúdo afirma que a reação de Bolsonaro foi consequência do trabalho da ‘CPI e da pressão da sociedade brasileira que ocupou as ruas contra o obscurantismo’.

Embora o presidente pareça ter retirado sua negação, a carta acrescenta, ‘esse reposicionamento veio tarde demais. O TPI mais uma vez lamenta a perda de tantas vidas e a dor que poderia ter sido evitada’.

Na véspera, a infectologista Luana Araújo responsabilizou Bolsonaro pela disseminação do Covid-19 e pelas mortes no Brasil, perante a mesa legislativa.

Questionada por Calheiros se a prescrição do medicamento cloroquina por Bolsonaro ‘incentivou a população a abandonar medidas farmacológicas, como o uso de máscara e distanciamento social’, Araújo ratificou a responsabilidade do governo federal na disseminação do vírus.

‘Quando você defende algo que não tem evidência científica, você expõe as pessoas daquele grupo a uma fragilidade extrema. A partir do momento que você vulnerabiliza as pessoas com informações incorretas, não podemos esperar um resultado positivo’, disse a médica.

mgt/ocs/jcfl

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