Na semana que se encerra, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela confirmou a autorização de 111 organizações com fins políticos para participarem nas chamadas megaeleições.
Em entrevista coletiva oferecida na última segunda-feira, o presidente do órgão eleitoral, Pedro Calzadilla, informou que até o momento já estão habilitados 35 partidos nacionais e 52 regionais, além de seis grupos indígenas nacionais e 18 regionais.
Enquanto isso, no dia 1ú de junho foi ativado o cadastro eleitoral, que ficará habilitado até 15 de julho por meio de mil pontos instalados no país para garantir o cadastramento e atualização dos dados eleitorais.
Por outro lado, o setor mais radical da oposição claramente tenta promover o diálogo, depois de vários anos de boicote às negociações, ignorando os poderes do Estado e promovendo todo tipo de ações violentas para derrubar o presidente Nicolás Maduro.
Na última quarta-feira, o presidente garantiu que esta disposição expressa por aquele setor é um triunfo revolucionário e que será nas urnas onde se enfrentarão como adversários.
Embora tenha reiterado a vontade de negociar com o ex-deputado Juan Guaidó, reiterou que isso só será possível nas condições acima expostas e informou que antes da visita da delegação norueguesa ao país, como elemento de ligação com os diferentes setores da oposição, esses pontos foram ratificados.
‘Não é qualquer diálogo, é diferente, deve levantar questões nacionais com rigor’ e reafirmou as condições: levantamento imediato das sanções e medidas coercitivas unilaterais impostas pelos Estados Unidos, reconhecimento da Constituição e dos poderes públicos, bem como a devolução de ativos saqueados.
Aos três pontos levantados desde o início, o chefe de estado acrescentou uma nova condição esta semana: que o diálogo seja um ato com transparência informacional, com câmeras e fotos públicas, como deve ser. Não queremos mais reuniões secretas. ‘
Na mesma linha, o vice-presidente da Comissão de Diálogo, Paz e Reconciliação (AN) da Assembleia Nacional, Luis Eduardo Martínez, rejeitou o sigilo que a extrema direita procura impregnar nas negociações.
‘É inadmissível falar do futuro dos venezuelanos em segredo, de costas para o país, em território estrangeiro, limitando os atores a uns poucos políticos e sem que a mídia tenha facilidades para cobrir em tempo real o que se discute e decide’, disse o também chefe do partido de oposição Ação Democrática (AD).
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