23 de November de 2024
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Ministro da Saúde do Brasil testemunhará novamente sobre a Covid-19

Ministro da Saúde do Brasil testemunhará novamente sobre a Covid-19

Brasília, 8 jun (Prensa Latina) A Comissão do Senado (CPI), que supervisiona as ações e a negligência do governo brasileiro durante a pandemia de Covid-19, ouvirá hoje pela segunda vez o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

A Agência do Senado indicou que o testemunho de Queiroga foi antecipado para esta terça-feira pelos parlamentares após a decisão da administração do Presidente Jair Bolsonaro de sediar o torneio de futebol da Copa América e após o apelo da especialista em doenças infecciosas Luana Araújo, em 2 de junho.

Na reunião em data anterior, os senadores criticaram a decisão do país de sediar o evento esportivo, programado para começar em 13 de junho em Brasília, diante de uma terceira onda iminente de Covid-19 e depois que a Argentina se recusou a sediar o torneio.

A discussão continuou durante os dois dias seguintes e o relator da CPI, Renan Calheiros, considerou que o episódio da Copa América é outro exemplo da falta de autonomia do chefe da Saúde.

‘Ele (Queiroga) preferiu ser um ministro do silêncio, provando, de outra forma, que a autonomia não existe realmente’, comentou Calheiros.

Segundo o senador Humberto Costa, a primeira declaração do oficial (6 de maio) foi ‘contraditória em vários aspectos’. Uma delas se refere à afirmação de que, em sua administração, o uso da hidroxicloroquina para a Covid-19 não está sendo promovido.

Entretanto, ele advertiu, Queiroga ‘até hoje não revogou a portaria do Ministério da Saúde que prescreve o uso de drogas’.

Durante sua intervenção na comissão de inquérito, Araújo culpou Bolsonaro pela disseminação do vírus e pelas mortes no gigante sul-americano.

Questionada por Calheiros, se a indicação de cloroquina feita pelo ex-militar ‘estimulou a população a abandonar medidas farmacológicas, como o uso da máscara e o distanciamento social’, a infectologista ratificou a responsabilidade da administração federal na expansão da pandemia.

‘Quando você defende algo sem provas científicas, você expõe as pessoas desse grupo à extrema fragilidade. A partir do momento em que você torna as pessoas vulneráveis com informações incorretas, não podemos esperar um resultado positivo’, disse ela.

Araújo foi anunciada em maio para o cargo de secretária extraordinária do Confronto contra a Covid-19, mas sua nomeação foi cancelada 10 dias depois por razões desconhecidas, embora a mídia local diga que teve a ver com sua posição sobre a cloroquina, que é fortemente defendida por Bolsonaro. Instalada em 4 de maio e em sua sexta semana de alegações, a CPI foi criada para investigar o desempenho do Poder Executivo frente à Covid-19, que até hoje já causou 474.414 mortes e 16.984.218 infectados, e para supervisionar a aplicação de recursos federais por estados e municípios.

msm/ocs/vmc

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