Para completar esse tipo de psicodrama -que já faz parte do DNA do futebol moderno-, houve o capítulo do uruguaio Luis Suárez com seu fechamento dourado com a camisa do Atlético, um tanto desgostoso após sua saída pela porta dos fundos do Barcelona FC.
As horas que se seguiram ao final da temporada, final de maio, acabaram desenhando o panorama com contornos mais firmes. Em suma, Zidane decidiu sair pela segunda vez como treinador do clube merengue e imediatamente choveram elogios e arrependimentos.
Embora o treinador Florentino Pérez tenha feito questão de escrever uma nota complacente com o treinador francês, o próprio ‘Zizou’ sangrou de sua lesão ao deslizar um certo clima de desconfiança em uma mensagem ambígua na qual concluiu com avaliações positivas da diretoria do clube.
E como o futebol faz parte do tom da humanidade, a frase atribuída a Felipe V não tardou a surgir: ‘Um rei morto, rei posto’, e a figura do italiano Carlo Ancelotti ressurgiu.
Do outro lado da barreira, os capítulos pela entrega do Barça foram mais lentos.
Ninguém sabe se realmente houve especulação sobre o eventual retorno de Josep Guardiola às fileiras do Barça, mas o revés de seu time do Manchester City contra o Chelsea na final da Liga dos Campeões fechou essa janela.
O holandês Koeman teve sua posição confirmada, com mais dúvidas e preocupações do que certezas. No entanto, de momento não há outro treinador melhor à disposição, nem se pode imaginar um Barcelona sem o argentino Lionel Messi.
Enquanto o mercado esquentava com potenciais contratações de alto escalão, alguns anúncios nos bastidores deixaram os holofotes acesos. O argentino Sergio Kun Agüero, do Barcelona, e o austríaco David Alaba, do Real Madrid, são os mais notáveis até hoje.
Ninguém presta muita atenção ao que vai acontecer com os cobiçados Kylian Mbappé (Paris Saint-Germain) e Erling Haaland (Borusia Dortmund).
Todo mundo adora os dois, especialmente Real Madrid e Barcelona.
Enquanto isso, esfregando as mãos no novo segundo título ao comando do Atlético de Madrid, o argentino Diego Simeone aproveita sua ascensão para fazer lobby em busca de convocação para a nova campanha, que começa em agosto.
O ‘Cholo’ gostou de ter a vantagem do ‘Pistolero’ Suárez, que, embora tenha sido resgatado da melhor maneira após o nocaute que o Barça lhe deu, não é um jogador jovem e poderia ter contado seus anos como um grande goleador.
Mais uma razão para os ‘colchoneros’ se projetarem no futuro, talvez com jovens talentos do mercado.
Algo assim foi a aposta de Luis Enrique, o sempre polémico treinador da equipe espanhola já na corrida pela Eurocopa, optando basicamente pelos jogadores de futebol do novo lote; além de ser criticado por deixar de fora todo o Real Madrid, com destaque para Sergio Ramos, Marcos Asencio e Nacho Fernández.
(Retirado do DEPORTIVO, suplemento mensal do jornal ORBE)