O decreto publicado nesta segunda-feira no Diário Oficial da União foi assinado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, e tem validade de 90 dias, prorrogáveis.
De acordo com o documento, o apoio da Força Nacional será utilizado para ‘atividades e serviços essenciais à preservação da ordem pública e à segurança de pessoas e bens, de forma episódica e planificada’.
A região está localizada às margens do rio Uraricoera, em Alto Alegre, no estado de Roraima.
No final de maio, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, ordenou que o governo tomasse medidas para proteger a terra Yanomami, objeto de garimpo ilegal desde a década de 1980.
O pedido foi feito pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Defensoria Pública da União, organizações de direitos humanos e seis partes.
Em sua decisão, Barroso afirmou que ‘foram demonstradas evidências de ameaça à vida, à saúde e à segurança das comunidades localizadas em Yanomami e Munduruku’.
Acrescentou que foi verificada a ‘vulnerabilidade sanitária destes povos, agravada pela presença de invasores e pelo contágio da Covid-19 que geram e atos de violência’.
A comunidade original de Palimiú, em solo Yanomami, faz parte da rota dos buscadores de metais preciosos para chegar aos acampamentos localizados no meio da selva.
O Conselho Distrital de Saúde Indígena e a Associação Hutukara Yanomami afirmam que os conflitos são motivados por uma espécie de barreira sanitária que as comunidades ergueram para evitar a contaminação pelo Covid-19 e o avanço da extração ilícita do mineral.
Um relatório de março deste último grupo revelou que a mineração ilegal, uma das principais causas da destruição ambiental na floresta amazônica, se expandiu 30% em 2020 nas terras Yanomami, o que equivale a 500 campos de futebol.
Relatório da Polícia Federal divulgado em janeiro indicava que há cerca de 20 mil garimpeiros (garimpeiros) ativos na área.
Também em março, a APIB denunciou o governo do presidente Jair Bolsonaro perante o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas por executar uma política de extermínio contra as comunidades indígenas.
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