Com base neste argumento, o Estado helénico retira toda a ajuda aos asilados após rejeitar o seu pedido, aqueles que ficam desprotegidos nas ilhas gregas e transforma esses territórios do mar Egeu em locais de confinamento.
A Turquia reconhece a Convenção de Genebra sobre Refugiados apenas para aqueles que vêm da Europa e desde março de 2020 esse país não aceita o retorno de requerentes de asilo da Grécia.
Desta forma, centros de acolhimento como o Moria, na ilha de Lesbos, devastada por um incêndio no ano passado, figuram como um ‘símbolo da vergonha para o continente’, destaca um comunicado assinado por cerca de 40 ONGs, incluindo a secção helénica. Médicos do Mundo e o Conselho Grego para Refugiados.
Pedimos às autoridades nacionais e europeias que respeitem o seu dever de proteger os indocumentados, afirmam os signatários.
As ONGs argumentam que o decreto afeta principalmente crianças e adolescentes desacompanhados porque, de acordo com dados oficiais do Centro Nacional de Solidariedade da Grécia, 68% dos menores registrados na Grécia vêm da Síria, Afeganistão e Paquistão.
O governo helênico planeja retomar o retorno de migrantes à Turquia sob a proteção de um decreto assinado este mês e apoiado pelo artigo 38 da diretiva europeia sobre proteção internacional de 2013.
Esta legislação permite que o serviço de asilo não examine minuciosamente as demandas dos cidadãos dos países mencionados que vêm para a Grécia vindos da nação euro-asiática.
Enquanto refugiados, asilados e migrantes sem documentos sofrem com as más condições dos centros de recepção, agravadas pela incidência de Covid-19.
Esta situação persiste num contexto marcado pela falta de políticas comuns na União Europeia e pela crescente procura de organizações internacionais e de direitos humanos na procura de uma solução para quem reclama melhores condições de vida no chamado velho continente.
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