O economista César Villalona avaliou que a citada criptomoeda, cujo uso foi recentemente legalizado pela Assembleia Legislativa de El Salvador, vai gerar um ambiente de incertezas e uma mudança constante de preços no país.
‘Você não sabe quanto dinheiro tem nas mãos, isso significa que afetará os salários e, portanto, as pensões: estamos enfrentando um clima de incerteza e o país pode se tornar um centro de lavagem de dinheiro’, disse Villalona.
O Colproce questionou ainda que a conversão do Bitcoin de cripto segurança para moeda digital com curso legal foi aprovada sem estudos de viabilidade e de sua relevância para a economia nacional.
O referido sindicato comparou o movimento com a Lei de Integração Monetária, aprovada em dezembro de 2000 pela direita parlamentar, e que abriu caminho para a dolarização que praticamente extinguiu o colón salvadorenho.
‘O atual governo não consultou os diferentes setores da vida nacional para tomar uma decisão que modifique radicalmente o sistema monetário e cambial do país’, frisou Colproce.
Entre os riscos, destacou-se a volatilidade cambial do Bitcoin e sua utilização em operações ilícitas, ocasionada por uma falta de regulamentação que poderia gerar bolhas financeiras e transformar El Salvador em um paraíso fiscal.
‘Como o Bitcoin é usado para transações especulativas, ele não garante seu uso produtivo nem a estabilidade de renda e a poupança das pessoas, empresas e do Estado’, finalizou o grupo.
A Assembleia Legislativa de El Salvador aprovou a legalização do Bitcoin em 8 de março, apenas cinco dias depois que o presidente Nayib Bukele propôs em uma conferência realizada nos Estados Unidos.
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