A candidata neoliberal anunciou nas últimas horas que o ex-chefe do Tribunal Constitucional, Oscar Urviola, integrou o exército de advogados com quem pretende anular atos de regiões pobres em que o professor rural venceu por esmagadora maioria.
Castillo, por sua vez, continuou a receber líderes políticos de diferentes posições e ontem surpreendeu a imprensa ao visitar os prefeitos dos municípios de San Isidro, Miraflores e La Molina, bairros exclusivos cujos moradores votaram principalmente em Fujimori.
Urviola declarou que se dedicará essencialmente a questionar a decisão do Júri Nacional Eleitoral (JNE) de manter o prazo para a apresentação de nulidades para que o tribunal possa debater centenas de nulidades que o partido pró-Fujimori apresentou após o prazo estabelecido há mais de um ano.
Desta forma, os lentos debates se arrastarão por muito tempo e o partido pró-Fujimori poderá insistir em questionar o resultado, o que favorece Castillo por 44.816 votos, quando o Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE) contou 99,985 por cento das mesas de votação.
A ofensiva de Fujimori está sendo apoiada por seus seguidores com uma campanha de assédio nas casas dos chefes dos corpos eleitorais, como forma de pressioná-los a ceder à sua demanda para introduzir mais desafios.
O advogado Ronald Gamarra descreveu a narrativa de fraude de Fujimori como subjetiva e apontou que suas alegações se referem a irregularidades normais que não qualificam para anular votos, já que não se referem a causas específicas estabelecidas pela lei eleitoral, que estabelece a presunção de legalidade dos votos.
Ele acrescentou que Fujimori pretende alterar a vontade popular e ‘declará-la vencedora a qualquer custo e, se isso não for possível, gerar a instabilidade política necessária para que o mandato do Presidente Castillo não dure mais do que alguns meses’.
Procura também, acrescentou Gamarra, ‘criar uma narrativa que lhe permita pedir asilo ou fugir do país e não enfrentar a grave acusação que tem na esfera judicial’, onde um procurador pede que seja condenado a 30 anos e dez meses na prisão por lavagem de dinheiro e outros crimes.
‘Dada a forma como se comporta, também vai abusar dos meios legais previstos na legislação peruana para tentar alterar a vontade popular’ com múltiplos recursos jurídicos, afirmou. Por sua vez, o ex-chefe do ONPE Fernando Tuesta, considerado o mais importante perito eleitoral do país, destacou que, no clima tenso e de ódio prevalecente, as razões avassaladoras da inadmissibilidade dos esforços de anulação dos registros eleitorais não são explorado., que lista com precisão.
‘Ao querer defender um voto tentando anular outro, e defender a democracia pisoteando-o, está a apenas um passo de invocar um golpe, como tantas páginas da história se lembram.’ avisou.
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