Omar Gómez, chefe da Unidade de Investigação do Caso Ayotzinapa, acusou a ex-Procuradoria-Geral da República de apresentar informações insuficientes para identificar o normalista, um dos 43 assassinados, cujos restos mortais foram então reconhecidos pela Universidade de Medicina de Innsbruck, da Áustria.
O que queriam era encerrar o caso dos 43 normalistas e apresentar informações falsas ou insuficientes para esse fim, disse.
Em mensagem à imprensa, ele informou que um novo osso de Jhosivani Guerrero foi encontrado na área conhecida como Barranca da Carniceria, em Cocula, onde também foram encontrados os restos de Cristhian Alfonso Rodríguez no ano passado.
Em 19 de setembro de 2015, o então Procurador-Geral da República, Arely Gómez González, informou que a universidade austríaca identificou, entre as vítimas do depósito de lixo de Cocula, os restos mortais de Jhosivani Guerrero e também confirmou a morte de Alexander Mora Venancio, dois dos 43 normalistas Ayotzinapa que desapareceram em setembro de 2014.
Agora, Gómez Trejo disse que desde 2019 foram recuperados 180 restos de esqueletos na localidade da Carniceria, dos quais especialistas estimaram a viabilidade de um estudo genético em 16 deles, que foram selecionados em outubro de 2020, para estudo na Universidade Innsbruck.
Por sua vez, a Equipe Argentina de Antropologia Forense apoiou os resultados de Innsbruck para os pares genéticos correspondentes aos normalistas de Ayotzinapa Jhosivani e Cristian.
Em nota, afirmou que continuará trabalhando com as famílias dos 43 normalistas, seus representantes legais e a Unidade Especializada para o Caso Ayotzinapa da FGR para saber a verdade sobre o ocorrido.
Esta constatação lembra que o andamento das investigações ainda está pendente até chegar à verdade e punir os responsáveis pelo desaparecimento e os responsáveis pela manipulação, disse o Centro Prodh, que representa as vítimas.
Em 26 de setembro de 2014, um grupo de estudantes viajou em cinco ônibus para uma manifestação em comemoração a um massacre estudantil e foram atacados no caminho.
Enquanto algumas versões afirmam que por um cartel na área, outras por forças públicas, e alguns por ambos em conluio, mas nada disso foi esclarecido ainda.
O caso Ayotzinapa, paralisado por anos, ganhou novo rumo depois que o presidente Andrés Manuel López Obrador e o Ministério Público afastaram a chamada ‘verdade histórica’ do ocorrido, com a qual se pretendia encerrar o caso e segundo o qual o desaparecimento era obra exclusiva de traficantes de drogas.
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