O Jornal de Angola destacou o registo de 3.799.458 casos de malária de janeiro a junho de 2021, um aumento de 300.000 infectados em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo informação da ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta.
Os dados apenas dão conta das pessoas atendidas nos centros de saúde e, na opinião do responsável, indicam que o país enfrenta uma situação ‘crítica e desafiadora’ devido ao aumento da doença.
Segundo ela, o aumento se deve às fortes chuvas que ocorreram entre março e abril, às condições de vida da população, às deficiências no saneamento básico e à falta de implantação de medidas preventivas.
As províncias mais afectadas foram Luanda, Lunda Norte, Malanje, Uíge, Benguela, Huambo e Huíla, informou o jornal.
Paralelamente, registaram-se centenas de casos de dengue e chikungunya, frequentemente associados à leptospirose e Covid-19, com especial incidência nos territórios de Luanda, Uíge, Namibe, Cuanza Sur, Huíla, Huambo e Cunene, expõe a nota.
De janeiro a março, a malária teve uma incidência baixa, mas nos meses seguintes, com a chegada do atual período de chuvas, ‘notamos um ligeiro aumento em relação ao mesmo período de 2020’, explicou a ministra.
De acordo com o Jornal de Angola, esta realidade causou uma maior pressão nos serviços hospitalares em todas as províncias e, em particular, no setor pediátrico, o que é um sinal de saturação do sistema de saúde.
A malária, disse Lutucuta, continua a ser ‘a principal causa de doença e morte em Angola, especialmente entre crianças e mulheres grávidas’. A anemia severa e a desnutrição afetam principalmente os menores, com consequências diretas em termos de mortalidade infantil, acrescentou.
A ministra defendeu a implementação de estratégias integrais de combate à malária e, neste sentido, destacou a necessária atenção aos determinantes sociais da saúde.
As principais medidas de prevenção da doença, lembrou, são evitar a proliferação de água parada, propícia à reprodução de mosquitos (agentes transmissores), e a melhoria do saneamento básico em bairros e residências, por meio da fumigação e educação sanitária das famílias
A Lutucuta anunciou uma maior interação com os governos provinciais e administrações municipais, bem como a implementação de um plano de contingência intersetorial, de forma a fazer frente ao problema e responder à procura de cuidados médicos.
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