A mobilização do professor rural de esquerda, denominada ‘Pela defesa da democracia e da Pátria, Não ao golpe de Estado!’, foi convocada quinta-feira em coletiva de imprensa por dezenas de partidos, organizações sociais e grupos de cidadãos.
Na verdade, é uma jornada de marchas por todo o país, contra o que amplos setores consideram manobras jurídicas de Fujimori e tentativas de golpe como a anulação da votação de 6 de junho, sob o pressuposto de que as alegações da candidata determinam que o processo eleitoral é falho.
Por seu turno, Fujimori apelou às redes da Internet a chamada ‘marcha do milhão’, nome igual ao do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, com quem Fujimori é comparada pelos meios de comunicação internacionais pela sua atitude.
Na capital participarão milhares de adeptos de Castillo, vindos do interior e que permanecem em atitude de vigília à espera da proclamação de seu mandato.
A candidata planeja uma demonstração de força na cidade em que obteve seu maior voto, enquanto Castillo venceu na maioria das outras regiões, e nas redes muitos internautas garantem que estão pagando entre 50 e 60 soles (entre 13 e 15 dólares para participar).
Com o ânimo aquecido pela espera do resultado eleitoral, o ministro do Interior, José Elice, anunciou que três mil policiais especializados vão controlar as mobilizações e impedir que se aproximem.
Ex-aliados militares de direita de Fujimori apoiam sua pressão para que o Jurado Nacional de Eleições (JNE) aceite suas reivindicações – sem amparo legal, segundo quase todos os especialistas eleitorais – e pelo menos um deles propôs que o Congresso eleito convoque novas eleições.
Ex-oficiais também chamaram em carta aos chefes das Forças Armadas que, se o JNE não cumprir as exigências de Fujimori, eles não reconhecerão o proclamado presidente, ou seja, Castillo, o que o presidente Francisco Sagasti rejeitou como incentivo à quebra da ordem constitucional.
Além disso, o ex-desembargador Javier Villa interpôs ação de amparo perante o Judiciário para que as eleições fossem anuladas por supostamente incorretas e utilizou os argumentos de Fujimori.
O pedido, segundo juristas consultados, esbarra na regra constitucional que indica que uma eleição só pode ser anulada se um terço dos eleitores votaram em branco ou viciaram o voto.
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