Desde 1ú de junho, os conflitos entre gangues pelo controle da saída sul da capital levaram milhares de famílias a se refugiarem em abrigos ou espaços públicos, enquanto as autoridades ainda não conseguiram restaurar a paz na área.
Na semana passada, incidentes similares deslocaram centenas de outros da comuna de Delmas, uma das maiores do país, incluindo pessoas com deficiências cujas casas foram incendiadas por gangues.
Devido à situação tensa na área, os diretores do hospital Delmas 2, um dos poucos dedicados ao atendimento de pacientes com Covid-19, estão considerando transferir os pacientes para outras instituições ou mesmo fechar definitivamente o centro.
‘Os pacientes estão morrendo há vários dias antes de chegar aqui; as ambulâncias não podem ter acesso ao hospital. Os pacientes estáveis são forçados a permanecer no hospital. O pessoal não pode ir ao trabalho e os suprimentos estão bloqueados apesar da vontade das autoridades de equipar o centro’, disse o diretor Lunick Santiague aos repórteres.
Por sua vez, a Associação das Indústrias do Haiti (AIDH) denunciou os ataques e saques de lojas por gangues armadas, que geraram enormes perdas e prejuízos econômicos, criticou a entidade.
A AIDH exortou o governo a assumir suas responsabilidades para deter os abusos. ‘É inconcebível que o país esteja sendo entregue nas mãos de quadrilhas armadas que semeiam o terror’, disse em uma declaração.
A guerra de gangues, que já dura há quase um mês, já deixou quase 50 pessoas mortas até hoje, mais da metade delas policiais, segundo o Centro de Análise e Pesquisa sobre Direitos Humanos.
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