A Agência do Senado garantiu que será a primeira audiência do ICC dedicada a denúncias de corrupção no Ministério da Saúde relacionadas à aquisição de imunizantes contra o patógeno.
Maximiano é sócio-gerente da Precisa Medicamentos, empresa responsável por um contrato com a carteira da Saúde para a compra do Covaxin, antígeno que não possui autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Na semana passada, Ricardo Miranda, funcionário do ministério, confessou à diretoria que estava sendo pressionado a pagar uma conta da negociação que continha várias anomalias.
Para o relator da CPI, Renan Calheiros, a comissão virou a página da ‘negação ideológica’ do governo do presidente Jair Bolsonaro em relação à pandemia e agora vai se concentrar ‘nesse câncer da corrupção’.
Ele avaliou que o caso Covaxin é especialmente importante porque há evidências do envolvimento direto de Bolsonaro, que desde cedo manifestou interesse na droga indiana.
Os ex-militares até enviaram uma carta ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, para expressar o interesse do Brasil no imunizador.
‘Como todos sabem, o envolvimento do presidente não se deve à prevaricação, é porque ele teria participado, desde o primeiro momento, das negociações da Covaxin’, alertou o parlamentar.
Segundo o senador Rogério Carvalho, membro suplente da CPI, a expectativa pelo depoimento de Maximiano é grande, pois a comissão entende que ele possui muitas informações e evidências sobre a compra da Covaxin.
‘Esperamos que (o empresário) possa contribuir com mais elementos sobre o que se sabe: a vacina foi comprada a um preço 50 por cento mais caro que as doses (do laboratório americano) da Pfizer e uma empresa, sem estar no contrato, receberia o pagamento ‘, garantiu.
Para Carvalho, há envolvimento do líder do governo com pressões sobre autoridades para autorizar a liquidação.
Diante dos fatos, o Ministério Público de Brasília deu início a investigação criminal sobre as anomalias na compra da Covaxin.
Embora a aquisição da droga esteja sob investigação da Controladoria-Geral da União, a representante do Ministério Público em Brasília, Luciana Loureiro, decidiu estender a investigação para a matéria penal devido ao possível crime de falta de administrativo probidade na compra.
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