Desde que a violência contra os protestos antigovernamentais começou no contexto da greve nacional, um grupo de jovens começou a liderar as marchas para defender o restante dos manifestantes da repressão policial.
Considerados os heróis dessa jornada, são protegidos com óculos, alguns com máscaras de gás ou lenços, capacetes de construção ou esportivos e escudos improvisados para evitar lesões que possam ser causadas pelas ações repressivas do Esquadrão Anti-distúrbios (Esmad).
Dentro de suas normas, está também ajudar os manifestantes que ficaram mais afetados pelo gás lacrimogêneo, feridos ou que correm mais risco frente as investidas dos membros da Esmad.
Ao mesmo tempo em que se consideram uma contraparte desse grupo policial de elite, buscam evitar que manifestações pacíficas sejam infiltradas por vândalos que causam estragos para justificar a repressão dos uniformizados no país, segundo diversos pareceres.
‘A surpresa: todos esses meninos têm formação política. Uns poucos a adquiriram nos livros; os demais cursaram três matérias duras: fome, injustiça e exclusão’, disse o colunista do jornal El Espectador Julio César Londoño.
Como resultado da necessidade de proteção dos manifestantes, outras Linhas de Frente surgiram: a dos professores que defendem e cuidam dos estudantes, a das mães que protegem seus jovens filhos, a dos clérigos que busca a paz, a dos médicos que cuidam dos feridos e a dos comunicadores que amplificam a voz do povo.
Agora é adicionada a Linha de Frente Contábil que nasceu da eclosão social que tem envolvido o país na luta pelos direitos de todos, pela necessidade de construir e sair da zona de conforto e passar das redes sociais para a ação.
‘Nós, como profissionais que possibilitam que os recursos de organizações e indivíduos fluam para o Estado, que com nosso trabalho cotidiano procuramos fortalecer as finanças de um país em crise por conta da corrupção, hoje queremos abrir um precedente’, expressaram seus membros.
‘Queremos unir nossa luta ao povo que, desde 28 de abril, põe o peito frente às balas, gás lacrimogêneo, jatos d’água da Esmad, frente a brutalidade policial, infiltrações de grupos com interesses particulares, vandalismo de alguns que aproveitam para deslegitimar as palavras de todo um povo cansado e oprimido’, enfatizaram.
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