O documento, apresentado na 47ª sessão do CFS, realizada em fevereiro passado, faz parte do programa de trabalho deste órgão da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no caminho para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda da ONU para 2030.
Durante a discussão do texto, realizada em formato virtual a partir da sede da FAO nesta capital, foi proposto dar maior ênfase ao resgate, multiplicação e salvaguarda das sementes, o que está ligado ao conhecimento ancestral regional e onde o papel da mulher é preponderante.
Também se insistiu no apoio das mulheres e meninas rurais nos governos para garantir seu acesso a tecnologias inovadoras, bem como na conveniência de dedicar uma seção especial do documento às mulheres pertencentes aos povos indígenas, cuja situação não é necessariamente comparável à do restante das mulheres rurais.
Sem seu apoio e plena contribuição, como explicado, a segurança alimentar e nutricional não será alcançada na África, onde enfrentam problemas particularmente severos, como o direito de trabalhar a terra e os recursos hídricos.
A igualdade de acesso das mulheres à terra, incluindo o financiamento, e a necessidade de refletir os obstáculos que elas enfrentam no acesso à terra, quando deveria ser um direito, também estavam entre as questões levantadas nas intervenções dos técnicos e especialistas dos 138 países que compõem o CFS.
As Diretrizes, que são voluntárias e não vinculativas, procuram complementar e apoiar iniciativas nacionais, regionais e internacionais; ajudar a promover a igualdade de gênero, os direitos das mulheres e meninas e o empoderamento, como parte de seus esforços para erradicar a fome, a insegurança alimentar e a desnutrição.
As Diretrizes devem ser adotadas até a 50ª sessão do CFS em outubro de 2022, e estão previstas consultas com representantes de países e outros interessados da África, Ásia e Pacífico, Europa, Oriente Próximo, América Latina e Caribe, e América do Norte.
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