No dia anterior, a diretoria teve que adiar a sessão para hoje depois que as condições mínimas para o trabalho não foram criadas no antigo Congresso Nacional, nesta capital, devido à falta de comunicações, câmeras e outros elementos necessários para o trabalho dos constituintes.
Na terça-feira, questões organizacionais importantes estão programadas para serem discutidas a fim de colocar este órgão em funcionamento, bem como para analisar uma possível declaração sobre as pessoas que permanecem presas desde a revolta social sem um processo adequado.
Esta questão gera atritos dentro da Convenção Constitucional devido à rejeição dos representantes da direita, mas tem o apoio de muitos constituintes e do conselho de administração.
Entretanto, há expectativas sobre a possibilidade de que as condições nas salas do antigo Congresso Nacional ainda não tenham sido criadas, apesar do fato de que o governo teve quase um ano para prepará-las.
Precisamente, o que muitos chamam de negligência e outros até boicote, provocou um profundo mal-estar entre os constituintes.
E ainda os representantes dos partidos Socialista, Comunista e Frente Ampla, em uma declaração, pediram a demissão de Juan José Ossa, Ministro da Secretaria Geral da Presidência (Segpres), o órgão diretamente responsável pela garantia material da Convenção.
Os eleitores de direita tentaram culpar o revés inicial no conselho de administração à presidência pela acadêmica mapuche Elisa Loncón, mas a maioria de seus colegas apontou o governo como o culpado.
Eles também exigiram a saída do chefe da secretaria administrativa da Convenção, Francisco Encinas, um funcionário do Ministério de Segurança Pública, que há semanas está no centro de numerosas críticas e agora está sendo acusado de incompetência.
A este respeito, o escritor Jorge Baradit, constituinte do Partido Socialista, salientou que a incapacidade de um funcionário a quem o governo paga mais de sete milhões de pesos (quase 10.000 dólares à taxa de câmbio atual) a cada mês é notória.
Apesar das fortes acusações contra o Executivo, o La Moneda não havia comentado as acusações até a noite passada.
Enquanto isso, nas redes sociais houve uma proliferação de comentários indicando que o partido governante e a direita não têm interesse no sucesso da Convenção Constitucional, mas muito pelo contrário, já que nestes setores prevalecem aqueles que querem manter a atual constituição, imposta em 1980.
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