24 de December de 2024
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Retomam depoimentos no Brasil sobre anomalias na compra de vacinas

Retomam depoimentos no Brasil sobre anomalias na compra de vacinas

Brasília, 6 jul (Prensa Latina) A comissão do Senado que avalia a gestão do governo da pandemia no Brasil (CPI) ouvirá hoje Regina Célia, funcionária do Ministério da Saúde responsável por autorizar a importação da Covaxin, a vacina indiana anti-Covid-19.

A Agência do Senado informou que Célia foi convocada para a CPI, em sua décima semana, pela primeira vez em 25 de junho, no pleito de Ricardo Miranda, chefe da divisão de importação no Departamento de Logística da carteira de saúde.

Ele e seu irmão, o deputado federal Luis Miranda, denunciaram as pressões internas no ministério para liberar a aquisição da Covaxin, mesmo com erros verificados na ordem de pagamento.

Segundo os irmãos, Célia foi a promotora do contrato com a Bharat Biotech, a empresa indiana que desenvolveu o medicamento.

A fatura gerada pela compra trouxe menos doses do que o acordado, a determinação do pré-pagamento e o nome de uma empresa intermediária que não estava no contrato, revelou os irmãos.

Segundo Ricardo Miranda, as duas primeiras irregularidades foram corrigidas após terem sido identificadas, mas a fatura permaneceu em nome da empresa intermediária Madison Biotech, sediada em Cingapura.

O legislador informou que levou o caso ao Presidente Jair Bolsonaro, que mostrou conhecimento da pressão em favor de Covaxin e nomeou Ricardo Barros, líder do governo na Câmara dos Deputados, como responsável.

Barros era ministro da saúde quando Célia foi nomeada, em 2018, para um cargo na Secretaria de Vigilância Sanitária, onde ela se encontra atualmente.

Os pedidos de convocação do funcionário foram apresentados pelos senadores Humberto Costa e Alessandro Vieira.

Para Costa, ouvir Célia será ‘fundamental para esclarecer as suspeitas de corrupção’ em torno do contrato Covaxin.

No dia, a diretoria também deve votar uma série de pedidos solicitando a violação do sigilo bancário, registros fiscais e telefônicos de pessoas ouvidas ou observadas pela comissão.

Um deles é Barros, por causa da menção de seu nome no caso Covaxin, e o congressista Miranda.

Também, o empresário e policial Luiz Paulo Domiguetti, que se apresentou como intermediário na venda de vacinas e denunciou pedidos de suborno no Ministério da Saúde.

O CPI foi criado para investigar o desempenho do Poder Executivo diante do vírus, que até o momento já reclamou 525.112 vidas e infectou 18.792.511 pessoas.

msm/ocs/bm

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