Segundo a jornalista Bela Megale, do jornal O Globo, o magistrado afirmou que se as respostas e os documentos relativos à aquisição da droga não forem encaminhados à Justiça em 10 dias, sem justa causa, configurará uma ‘irregularidade grave. ‘
‘No despacho assinado nesta segunda-feira, Zymler reitera perguntas que não foram respondidas corretamente pelo Ministério da Saúde e faz novas perguntas’, diz a nota jornalística.
Além disso, ‘pede documentos sobre reunião entre representantes da Bharat Biotech, produtora indiana da Covaxin, a empresa Precisa Medicines, que mediou a compra com o governo brasileiro, e membros do Ministério da Saúde realizada em 20 de novembro do ano passado’.
A comissão do Senado que avalia a gestão do governo diante da pandemia (CPI) vai ouvir nesta terça-feira Regina Célia, funcionária do ministério responsável por autorizar a importação da Covaxin.
Célia foi intimada a CPI, em sua décima semana, pela primeira vez no dia 25 de junho, na denúncia de Ricardo Miranda, chefe da divisão de importação do Departamento de Logística da carteira sanitária.
Ele e seu irmão, o deputado federal Luis Miranda, denunciaram pressões internas no ministério para liberar a aquisição da Covaxin, mesmo com erros verificados na ordem de pagamento.
Segundo os irmãos, Célia foi a promotora do contrato com a Bharat Biotech.
A fatura gerada com a compra continha menos doses do que o combinado, a determinação do adiantamento e o nome de uma empresa intermediária que não constava do contrato, revelaram os irmãos.
Segundo Ricardo Miranda, as duas primeiras irregularidades foram corrigidas após serem identificadas, mas a fatura permaneceu em nome da empresa intermediária Madison Biotech, com sede em Cingapura.
O legislador, por sua vez, informou que levou o caso ao presidente Jair Bolsonaro, que manifestou conhecimento das pressões a favor da Covaxin e afirmou que o responsável era Ricardo Barros, líder do governo na Câmara dos Deputados.
Os pedidos de convocação do governante foram apresentados pelos senadores Humberto Costa e Alessandro Vieira.
Para Costa, ouvir Célia será ‘fundamental para esclarecer suspeitas de corrupção’ em torno do contrato da Covaxin.
A CPI foi criada para investigar a atuação do Poder Executivo diante do vírus, que até o momento já custou 525.112 vidas perdidas e 18 milhões 792 mil 511 infectados.
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