A intenção do Brasil será ajustar as regras atuais, que têm as tarifas mais altas do mundo e proibir qualquer um dos parceiros de negociar individualmente acordos de livre comércio com outras nações membros do Mercosul.
De acordo com as regras da organização intergovernamental, todas as partes devem negociar em conjunto e aprovar decisões por consenso entre os quatro membros fundadores – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Montevidéu anunciou que irá negociar acordos comerciais fora da aliança, aumentando a pressão para uma abertura.
‘Não podemos deixar que o Mercosul continue sendo sinônimo de ineficiência e desperdício de oportunidades’, declarou Bolsonaro enquanto falava virtualmente no fórum, no qual também participam os presidentes de países membros como Luis Fernandez da Argentina, Miguel Abdo Benitez do Paraguai e Luis Lacalle Pou do Uruguai.
Segundo o ex-oficial militar, ‘o Brasil não parará em seus esforços para modernizar’ sua própria economia e o Mercosul.
No início do dia, Fernández, que entregou a presidência do mercado comum a Bolsonaro por seis meses, insistiu que o consenso é a espinha dorsal do bloco, seu DNA fundador, sua razão de ser.
Insistiu que ‘somos todos parte do Estado de direito e o respeito à lei é uma regra, e não podemos esquecer essas regras em um contexto global de grande incerteza e disputas comerciais que são vivenciadas em todo o mundo’.
Para o presidente argentino, ‘unidos podemos consolidar um Mercosul criativo que avança das mãos de nossos povos… ninguém se salva sozinho’, observou ele.
Em meio às tensões, em um momento em que o bloco acaba de celebrar seu 30ú aniversário, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) do Brasil pediu mais diálogo entre os membros do Mercosul e citou a necessidade de aprofundar a integração.
‘A integração do Mercosul precisa de ajustes e melhorias, mas ainda é a que proporciona mais resultados econômicos e sociais para o Brasil’. Apesar da melhoria necessária, o bloco tem registrado resultados expressivos nos últimos anos’, disse a entidade em uma declaração.
Os presidentes do Chile, Sebastián Piñera, Equador, Guillermo Lasso, e Guiana, Irfaan Ali, também estão participando da cúpula como países parceiros do Mercosul.
Também estão presentes a vice-ministra colombiana de Assuntos Multilaterais, Adriana Mejía, e o vice-presidente da Bolívia, David Choquehuanca, um país em processo de adesão ao bloco.
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