O escritório do procurador distrital em Manhattan, Nova Iorque, acusou a Organização Trump e o diretor financeiro Allen Weisselberg de 15 delitos após concluir uma investigação criminal sobre pagamentos não declarados.
De acordo com os promotores estaduais, a empresa e Weisselberg participaram de uma operação de compensação ‘off-the-books’ que pagou aluguéis de carros de luxo, mensalidades escolares, aluguel de apartamentos e outras despesas pessoais durante os últimos 15 anos.
Weisselberg, 73 anos, confessou-se inocente de roubo, conspiração, falsificação e fraude, entre outras acusações, depois de ter sido indiciado por evitar pessoalmente pagar US$ 1,7 milhão em honorários sobre sua renda.
Embora o ex-governante não tenha sido diretamente indiciado neste caso, as investigações em andamento podem afetá-lo mais tarde, pois textos publicados indicam que ele pode ter assinado ‘muitos dos cheques ilegais’.
Em um comício recente em Sarasota, Flórida, Trump reiterou a teoria de que ele é vítima de uma ‘caça às bruxas política por parte dos democratas radicais de esquerda’ e criticou os promotores por ‘armar a lei’ contra ele.
Há três anos, o Procurador Cyrus Vance, de Manhattan, vem investigando profundamente os negócios do magnata por possíveis fraudes envolvendo bancos, companhias de seguros e entidades fiscais. Os analistas dizem que as últimas acusações são um golpe para o republicano, cujo nome está manchado em meio ao seu retorno à arena política na campanha de seu partido para as eleições de meio de mandato de 2022 e suas dicas de retorno à Sala Oval.
A investigação continua enquanto promotores, uma equipe externa de auditores e peritos forenses analisam milhões de páginas de arquivos pessoais e corporativos de Trump, assim como registros e documentos subjacentes. O ex-presidente evitou múltiplas investigações criminais e civis durante e após sua presidência, mas agora as novas acusações vão testar a lealdade de Weisselberg, que poderia colaborar com a justiça e revelar detalhes que comprometem o ex-presidente, avaliam os especialistas jurídicos.
A imagem de um empresário independente, com a fortuna necessária para não depender do favor das elites, conseguiu convencer o eleitorado em 2016, mas ter sua empresa implicada em um caso de fraude fiscal o faria perder o apoio, dizem os analistas.
(Extraído de Orbe)
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