O secretário geral do sindicato Pit-Cnt, Marcelo Abdala, definiu como cataclísmica a coleta e entrega ao Tribunal Eleitoral de 797.261 assinaturas para revogar por referendo 135 artigos da Lei de Consideração Urgente (LUC).
Com este número, a Comissão que promove o exercício da consulta cidadã superou de longe as 672 mil assinaturas constitucionalmente necessárias para sua convocação, após meses de perseverante compilação.
Abdala delineou a perspectiva de um amplo debate público, que estava faltando quando a coalizão governista de direita impôs com sua maioria parlamentar, em julho do ano passado, uma legislação contendo 40 leis, para moldar seu próprio projeto para o país sem informar o povo.
O senador da Frente Ampla, Alejandro Sanchez, disse que ‘nestas cédulas há muitas horas de militância e blocos percorridos, esta vitória será como sempre dos anônimos que por força da razão e do coração deixam tudo na luta’.
A pedido de interpelação da bancada legislativa da oposição, os ministros da Saúde Pública, Daniel Salinas, e da Economia, Azucena Abeleche, pareceram analisar tanto as medidas estritamente sanitárias quanto econômicas para mitigar o impacto da pandemia da Covid-19.
No final de um debate acalorado de 18 horas, o senador questionador Daniel Olesker disse que 60% das 76 perguntas feitas ficaram sem resposta.
Em sua vez inicial, ele apresentou uma tese focada em mortes evitáveis que sintetizou em vacinação tardia e resistência governamental para estabelecer um período restritivo de mobilidade social para conter a disseminação comunitária do vírus SARS-CoV-2, a causa da doença.
Ele atribuiu a estes últimos os 50% das mortes devidas a contágios que atualmente totalizam mais de 5.700.
No final da semana, a apresentação pelo Ministro do Trabalho, Pablo Mieres, no Conselho Superior Tripartite para negociações salariais, das diretrizes do governo, causou preocupação no Pit-Cnt por conter o congelamento e a perda de renda nos setores mais afetados pela emergência sanitária.
Na esfera externa, o presidente uruguaio Luis Lacalle ratificou na Cúpula de Chefes de Estado do Mercado Comum do Sul (Mercosul) a intenção do governo de continuar as negociações comerciais com países fora do bloco que compartilha com a Argentina, Brasil e Paraguai, em antecipação a um congelamento.
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