Arce apontou diretamente para a responsabilidade do secretário-geral da OEA, Luis Almagro, que, garantiu ele, sabia com antecedência do golpe contra o governo do então presidente Evo Morales.
O presidente mostrou sua indignação no Twitter por ocasião do minuto de silêncio solicitado por Almagro para as vítimas da repressão militar e policial dos partidários e defensores da democracia de Morales na esteira do golpe.
‘É ultrajante que Luis Almagro tenha pedido um minuto de silêncio pelas vítimas dos massacres de Senkata e Sacaba, no Conselho Permanente da OEA’. Há indícios de que ele contribuiu para o golpe de Estado de 2019 na Bolívia, portanto sua atitude constitui uma grave impostura’, escreveu ele na rede social.
Nos massacres acima mencionados, cerca de trinta bolivianos perderam a vida e dezenas ficaram feridos, enquanto os oficiais fardados fugiram de suas responsabilidades protegidos pelo governo de facto de Jeanine Áñez.
O embaixador boliviano na Organização das Nações Unidas (ONU), Diego Pary, também falou sobre a responsabilidade da OEA e de Almagro na ruptura da ordem constitucional na Bolívia em 2019. Em entrevista concedida na véspera ao programa noturno de televisão Primer Plano, o diplomata apontou diretamente a responsabilidade do Secretário-Geral da OEA, Luis Almagro, que, disse ele, sabia antes da revolta contra o governo do então Presidente Evo Morales.
Em 9 de novembro de 2019, um dia antes dos militares exortou o presidente a deixar o poder, disse Pary, Almagro já sabia da conspiração orquestrada pela direita política boliviana, e ordenou a elaboração de um documento para justificar e apoiar a conduta dos soldados.
Representantes de ambas as câmaras da Assembleia Legislativa Plurinacional (Parlamento), representantes de organizações sociais e da sociedade civil boliviana também se manifestaram contra as ações do órgão continental e de seu secretário-geral.
msm/avs/bm