A agência de notícias ABI confirmou a criação de um comitê desse órgão para cooperar com o caso e ajudar a determinar o grau de envolvimento de alguns governos estrangeiros no colapso da democracia no país sul-americano.
Documentos oficiais e declarações de ex-funcionários civis e militares do governo de facto que tomou o poder na Bolívia após o golpe de Estado apontam para a participação dos então governos da Argentina e Equador, bem como o envolvimento do Brasil, dos Estados Unidos e do Reino Unido, de acordo com a mídia.
No caso dos dois primeiros países, o fornecimento irregular de armas ao governo inconstitucional de Jeanine Áñez está sendo investigado no contexto da repressão aos partidários e defensores da institucionalidade e da democracia de Morales.
O presidente boliviano Luis Arce aplaudiu a decisão de Parlasur de apoiar as investigações, descrevendo-a como ‘promissora’, e lembrou que as vítimas da repressão têm direito à verdade.
‘As vítimas dos massacres merecem justiça. Somente com a verdade as democracias na região serão fortalecidas’, escreveu ele em sua conta no Twitter.
O chefe do Observatório da Democracia do Parlasul, Oscar Laborde, destacou o propósito da instituição de cooperar com a investigação da assistência estrangeira às autoridades golpistas e determinar a certeza e responsabilidades dos envolvidos.
‘(…) é muito mais sério ajudar os golpistas a se tornarem o governo e é aí que teremos de concentrar a investigação’, disse Laborde.
Parlasur é uma assembleia parlamentar que funciona como um órgão deliberativo do Mercosul, um bloco regional formado pela Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Venezuela e Bolívia.
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