Segundo as autoridades da ilha, os motins de 11 de julho, alguns prolongados até ao dia seguinte, denominados ‘manifestações pacíficas’ pela máquina midiática que tenta desacreditar a Revolução, deram origem a ataques a pessoas, bens, entidades e desprezo por autoridades em diferentes partes do território.
O presidente do Tribunal Supremo Popular (TSP), Rubén Remigio Ferro, em entrevista coletiva destacou que manifestar-se ou pensar de forma diferente não constitui infração à lei, mas sim incitar motins, agredir, ferir e desobedecer aos dispositivos que visam preservar a ordem, tranquilidade e paz.
Por este motivo, as entidades competentes investigam a participação das pessoas nestes eventos, elaboram o material probatório e desenvolvem os processos judiciais com objetividade e respeito pelos direitos dos envolvidos, afirmou a procuradora-geral Yamila Peña.
Segundo essa fonte, a legislação cubana prevê que quando um cidadão é detido por forças do Ministério do Interior ou outras autoridades, há um prazo de 24 horas para informá-lo do motivo, que não foi diferente durante os acontecimentos do dia 11, disse ele.
Salientou que é obrigatória a comunicação do referido ministério com os familiares dos envolvidos, para informar onde se encontram e quais as causas do processo.
O presidente do TSP referiu como estão a decorrer os julgamentos, de acordo com as leis do país, a Constituição em vigor e os principais instrumentos internacionais na matéria.
Entre as garantias respeitadas está a presunção de inocência até que haja julgamento definitivo contra ela e a nomeação de advogados para a defesa.
Como disse a autoridade, os tribunais atuaram como sempre, com imparcialidade, estrita obediência às normas e independência de outras instituições, sendo alguns casos mais ágeis, prática universal em casos menos graves.
A manipulação do assunto nas redes digitais semeou a matriz da opinião de que se trata de processos ‘sumários’, quando na realidade correspondem a um ‘procedimento abreviado’, que existe em várias legislações em todo o mundo, disse Remigio Ferro.
Ele lembrou que todos os acusados desses supostos crimes tiveram oportunidade de ter advogado, e vários optaram por isso.
Segundo a presidente da Organização Nacional dos Escritórios de Advocacia Coletiva, Lilia María Hernández, esses profissionais defenderam com respeito, honra e dignidade quem solicitou seus serviços, e os familiares mostraram confiança durante os julgamentos criminais.
Os processos tramitados atendem a desordem pública, instigação à prática de crime, desacato às autoridades, danos físicos e materiais, e as penas podem ser multas, liberdade controlada ou prisão de curta duração, sem constituir sentença definitiva.
O presidente do TSP explicou que até agora os tribunais municipais decidiram em 19 processos judiciais, em casos envolvendo 59 pessoas acusadas de ações durante os motins.
Nesse sentido, o procurador-geral frisou que, dentro da lei, haverá maior severidade diante dos casos mais graves, como aqueles em que há indícios de que cidadãos organizaram, promoveram ou financiaram eventos com forte impacto coletivo na segurança e tranquilidade do país.
Atualmente as pessoas julgadas têm o direito de interpor recursos e ‘as condições para agir com total transparência estão muito bem dadas’, disse o presidente do TSP.
Conforme ratificado, o compromisso é proteger a ordem pública e constitucional e a tranquilidade dos cidadãos e, em meio a uma feroz guerra na mídia e as falsas notícias das redes sociais, manter Cuba como uma nação de paz.
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