A chamada de atenção vem em um momento em que o governo está caminhando para um relaxamento de contenção, com o levantamento da quarentena em muitos municípios, a abertura de escolas e a abertura de viagens ao exterior para pessoas que foram vacinadas.
Esta atitude deve-se à melhoria dos indicadores da doença nas últimas semanas, com uma notável redução do número de infecções e hospitalizações, e ao progresso da campanha de vacinação no país.
No entanto, Cristóbal Cuadrado, secretário da Associação Médica, considerou muito provável que dentro de seis a oito semanas haja um aumento adicional no número de pacientes Covid-19, pois já existem casos conhecidos de transmissão comunitária da variante Delta.
Explicou que, a partir da experiência dos países europeus, ‘cerca de seis semanas após o início da transmissão comunitária da variante Delta, ela começa a se tornar predominante no país, o que aumenta significativamente o número de casos’.
Acrescentou que isso dependerá do ‘controle adequado das fronteiras, rastreabilidade e isolamento efetivo dos casos’ e ilustrou que ‘a mistura’ do levantamento das medidas sanitárias e a existência da variante Delta torna ‘inevitável um aumento dos casos’.
Na mesma linha, o chefe do Departamento de Doenças Infecciosas da Universidade Católica, Jaime Labarca, disse que a variante Delta já é predominante no Brasil, onde ela deslocou a variante Gama, que é a mais comum no Chile, portanto o mesmo poderia acontecer aqui.
Ressaltou que no Chile, no entanto, uma alta porcentagem da população já recebeu o calendário completo de vacinação, o que não era o caso em outros países quando o Delta se espalhou por lá.
Entretanto, ele concordou que é provável que em setembro ‘possamos saber qual será o impacto desta variante sobre a situação epidemiológica do país’.
Ontem, o Ministério da Saúde relatou o avanço de outros 60 municípios do país para etapas de maior desconfinamento, e a partir de amanhã, quarta-feira, quase 87% do país estará nesta situação, daí a preocupação de muitos especialistas.
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