Porque para além da própria exposição, Pensamento Perdido: Autarquia e Exílio, ultrapassa o privilégio de contemplar obras de Picasso, Dalí, Miró, Diego Rivera ou Wifredo Lam, juntamente com Federico García Lorca.
‘Há o exílio forçado em conseqüência da Guerra Civil e do regime de Franco, e depois os artistas que decidiram tentar outros horizontes diante de uma Espanha fechada e sufocante’, disse Rosario Peiró, chefe do acervo do Museu.
Através de mais de 300 obras, explicou o diretor da instalação, Manuel Borja-Villel, à Prensa Latina, abordamos a cronologia em uma ordem que retrate a história, os momentos de criação e angústia.
Pablo Picasso é inevitável com seu estilo peculiar, como o mexicano Diego Rivera, o cubano Wifredo Lam com traços de cubismo, e Salvador Dalí com seu Uranium and Atomica Melancholica Idyll (Idilio atômico e uranico melancólico).
Também com presença notável, a força do surrealismo do catalão Joan Mirón, com obras que fazem referência a fragmentos de filmes de Luis Buñuel que são apreciados em diferentes salas da mostra.
‘O significado e a relevância da imagem do exílio republicano remetem a um momento histórico e a uma experiência fundamental, não só para a Espanha e o século XX, mas também para o século XXI contemporâneo’, considerou o especialista Peiró.
Ele chamou a atenção para os paralelos implícitos entre o exílio entre 1939 e 1964, com o atual, na obra do espanhol Josep Renau, suas ligações com o México, a referência da revolução mexicana e o sentimento antifascista internacional.
Borja-Villel, chefe do Reina Sofia em Madrid, sublinhou à Prensa Latina que ‘o exílio moldou diferentes práticas criativas no contexto da nostalgia, opressão, retrocessos, mas também resiliência’.
Em lugares onde artistas exilados encontraram refúgio, redes de solidariedade e colaboração com outros criadores foram estabelecidas, disse ele.
O terceiro episódio de Pensamiento Perdido abrange 14 salas do edifício Sabatini do Museu e estará aberto ao público até novembro.
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