23 de December de 2024
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Chile concentra atenção no perdão de prisioneiros de revolta popular

Chile concentra atenção no perdão de prisioneiros de revolta popular

Santiago do Chile, 2 ago (Prensa Latina) Os familiares das pessoas detidas após os protestos populares que eclodiram no Chile em outubro de 2019, garantiram que continuarão exigindo a aprovação de um perdão que hoje permanece no Congresso Nacional.

Em declarações recolhidas pelo biobio.cl, Jaime Fuentes, porta-voz da Assembleia Nacional de Familiares de Presos Políticos da Revolta, destacou que se o projeto legislativo que prevê o perdão não for aprovado, os protestos vão multiplicar-se nas ruas do país.

Na semana passada, centenas de pessoas se manifestaram em vários pontos do centro desta capital, o que resultou em vários feridos entre civis e policiais, um número desconhecido de detidos após confrontos violentos com as forças policiais.

Fuentes garantiu que as famílias pedem apenas a libertação de jovens que não tinham antecedentes criminais, que não cometeram crimes e foram detidos apenas por exercer o direito de manifestação.

Acrescentou que a violência das últimas manifestações é fruto da indignação que se acumula entre a injustiça que se comete contra estes jovens e a impunidade que, pelo contrário, prevalece para com os agentes do Estado que cometeram violações dos direitos humanos.

O polêmico tema vem ocupando cada vez mais espaço na agenda política em que as forças de direita se juntam ao governo para rejeitar de forma definitiva qualquer medida que leve à libertação dos chamados prisioneiros da revolta.

O argumento reiterado é que esses internos, em sua maioria jovens, cometeram crimes e, portanto, foram punidos pelos tribunais, mas na realidade muitos permanecem em prisão preventiva sem o devido processo, segundo seus familiares.

No Congresso, uma parte dos parlamentares considera que a aprovação da Lei do Perdão seria uma solução política necessária para um problema que permanece latente apesar de todo o tempo decorrido desde a eclosão social de 18 de outubro de 2019.

Mesmo a maioria dos 155 membros da Convenção Constitucional que redigirá a nova Carta Magna se declarou a favor da liberdade dos presos e da aprovação do perdão para quem não cometeu crimes, como expressaram em comunicado.

Nesse sentido, asseguram que é uma contradição que fiquem atrás das grades jovens que com sua participação nas manifestações ajudaram o país a ter uma nova Constituição.

Precisamente esta semana, a Comissão de Constituição do Senado terá de se pronunciar sobre o projeto legislativo que institui o perdão, que já foi aprovado nas comissões de Direitos Humanos e Segurança daquele órgão legislativo.

mem / rc / ls

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